Muitos povos da Antiguidade passaram, gradualmente, da condição de nômades ou seminômades a sedentários, à medida que se fixaram em uma localidade e constituíram espaços urbanos. Embora nem todas as cidades do passado fossem iguais, sob alguns aspectos as características coincidiam. Marco Túlio Cícero (¹), político, escritor e orador romano, definiu assim o que entendia como uma verdadeira cidade, e é provável que tivesse Roma em mente, quando escreveu:
Para formar uma povoação, contudo, era preciso sabedoria na escolha do lugar. Devia haver um suprimento confiável de água, pastagens para os animais, campos para cultivo. Também seria bom não ser lugar de temperaturas extremas, nem muito perto de outras povoações, para evitar disputas por território, tanto mais prováveis se, por acaso, na área estivessem povos caçadores.
Depois que o lugar era escolhido, era preciso pôr mãos à obra e construir algum tipo de fortificação, que podia ser, no princípio, uma simples paliçada, mas que, com o passar do tempo, à medida que a população aumentava e cresciam as forças, devia ser substituída por uma verdadeira muralha. Algumas cidades da Antiguidade tiveram sistemas complexos de muralhas - Babilônia e Jerusalém, por exemplo - e Roma também teve as suas.
Supõe-se que, com essas características, a cidade deveria prosperar. O gradual aumento da riqueza permitiria a construção de melhores casas e de templos, porque a religião foi, na Antiguidade, um instrumento importantíssimo para o fortalecimento de vínculos políticos e sociais. Prédios públicos, finalmente, como um fórum ou outro lugar de reunião dos cidadãos e de exercício da justiça, deveriam ser erguidos como símbolo do orgulho cívico dos moradores. A isso os romanos, segundo Cícero, davam o nome de cidade.
"Este ajuntamento é, primeiro, o lugar de moradia, escolhido pela situação favorável, e então fortificado, e recebe, pela construção de residências, edifícios públicos e templos, a denominação de cidade [...]." (²)Vale a pena dissecar esse pequeno texto de Cícero. Povoações eram formadas quando um grupo de pessoas decidia viver em vizinhança, ou seja, perto umas das outras, e não isoladas. Por que o fariam? Talvez logo percebessem que era mais fácil a defesa contra outros grupos quanto mais numerosos fossem, e que, além disso, podiam prestar ajuda mútua na agricultura e cuidado de rebanhos. Havia vantagem, também, e isso não é pouco relevante, quando se vivia em um grupo numeroso, por maiores possibilidades para um casamento - os romanos antigos que o dissessem, se é que aquela história do rapto das sabinas é verdade.
Para formar uma povoação, contudo, era preciso sabedoria na escolha do lugar. Devia haver um suprimento confiável de água, pastagens para os animais, campos para cultivo. Também seria bom não ser lugar de temperaturas extremas, nem muito perto de outras povoações, para evitar disputas por território, tanto mais prováveis se, por acaso, na área estivessem povos caçadores.
Depois que o lugar era escolhido, era preciso pôr mãos à obra e construir algum tipo de fortificação, que podia ser, no princípio, uma simples paliçada, mas que, com o passar do tempo, à medida que a população aumentava e cresciam as forças, devia ser substituída por uma verdadeira muralha. Algumas cidades da Antiguidade tiveram sistemas complexos de muralhas - Babilônia e Jerusalém, por exemplo - e Roma também teve as suas.
Supõe-se que, com essas características, a cidade deveria prosperar. O gradual aumento da riqueza permitiria a construção de melhores casas e de templos, porque a religião foi, na Antiguidade, um instrumento importantíssimo para o fortalecimento de vínculos políticos e sociais. Prédios públicos, finalmente, como um fórum ou outro lugar de reunião dos cidadãos e de exercício da justiça, deveriam ser erguidos como símbolo do orgulho cívico dos moradores. A isso os romanos, segundo Cícero, davam o nome de cidade.
(1) 106 a.C. - 43 a.C.
(2) CÍCERO, Marco Túlio. De re publica. c. 51 a.C. O trecho citado foi traduzido por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
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