Cláudio Manuel da Costa foi um dos integrantes mais notáveis da Inconfidência Mineira. Nascido em Minas Gerais em 1729, foi ao Reino, estudou em Coimbra e voltou ao Brasil, para viver e atuar como advogado e escritor em Vila Rica.
A capital das Minas Gerais nesse tempo era não apenas um centro urbano importante, mas, para os padrões da época, um polo cultural significativo. Ali se lia muito, se estudava, se discutia. A riqueza proporcionada pelo ouro permitiu que a arquitetura sacra se desenvolvesse e, apesar de guiada pela estética barroca, ostentasse, também, algumas características nacionais. Não é surpreendente, portanto, que também questões políticas fossem ventiladas. Mesmo proibidas, as obras de autores iluministas acabavam chegando a quem sabia o francês e, de mão em mão, circulavam e iam encontrar abrigo junto às cabeças pensantes da Capitania.
Como sempre, é preciso escrever um "porém": porém a produção aurífera entrava já em declínio, ainda que a Corte, distante, não se desse conta disso e esperasse receber os mesmos quintos de sempre. Mas era impossível, e temia-se a "derrama", cobrança forçada dos impostos atrasados. A partir daí, fermentou a revolta, que não passou de palavras e projetos. Delatores correram ao governador, visconde de Barbacena, e deram com a língua nos dentes. Desses, o mais famoso é, de longe, Joaquim Silvério dos Reis, mas é certo que não foi o único. O governador agiu rápido, os supostos conjurados foram presos. Entre eles, estava Cláudio Manuel da Costa. Alegou-se que, em 4 de julho de 1789, cometeu suicídio na prisão, mas desde sempre houve questionamentos. Talvez tenha sido assassinado, e parece que havia mesmo quem tivesse motivos para tanto. É por isso que, ao contrário de outros inconfidentes de 1789, não foi levado ao Rio de Janeiro para o processo conhecido como Devassa. De um modo ou de outro, morreu antes.
Entre as obras de Cláudio Manuel da Costa está o poema Vila Rica, escrito em 1773 sob o pseudônimo de Glauceste Satúrnio, conforme era costume na época. Nestes versos, o autor descreve a busca por ouro no Brasil Colonial, salientando a pouca experiência em mineração dos homens que escavavam o solo:
A capital das Minas Gerais nesse tempo era não apenas um centro urbano importante, mas, para os padrões da época, um polo cultural significativo. Ali se lia muito, se estudava, se discutia. A riqueza proporcionada pelo ouro permitiu que a arquitetura sacra se desenvolvesse e, apesar de guiada pela estética barroca, ostentasse, também, algumas características nacionais. Não é surpreendente, portanto, que também questões políticas fossem ventiladas. Mesmo proibidas, as obras de autores iluministas acabavam chegando a quem sabia o francês e, de mão em mão, circulavam e iam encontrar abrigo junto às cabeças pensantes da Capitania.
Como sempre, é preciso escrever um "porém": porém a produção aurífera entrava já em declínio, ainda que a Corte, distante, não se desse conta disso e esperasse receber os mesmos quintos de sempre. Mas era impossível, e temia-se a "derrama", cobrança forçada dos impostos atrasados. A partir daí, fermentou a revolta, que não passou de palavras e projetos. Delatores correram ao governador, visconde de Barbacena, e deram com a língua nos dentes. Desses, o mais famoso é, de longe, Joaquim Silvério dos Reis, mas é certo que não foi o único. O governador agiu rápido, os supostos conjurados foram presos. Entre eles, estava Cláudio Manuel da Costa. Alegou-se que, em 4 de julho de 1789, cometeu suicídio na prisão, mas desde sempre houve questionamentos. Talvez tenha sido assassinado, e parece que havia mesmo quem tivesse motivos para tanto. É por isso que, ao contrário de outros inconfidentes de 1789, não foi levado ao Rio de Janeiro para o processo conhecido como Devassa. De um modo ou de outro, morreu antes.
Entre as obras de Cláudio Manuel da Costa está o poema Vila Rica, escrito em 1773 sob o pseudônimo de Glauceste Satúrnio, conforme era costume na época. Nestes versos, o autor descreve a busca por ouro no Brasil Colonial, salientando a pouca experiência em mineração dos homens que escavavam o solo:
"A continuar a marcha se dispunha
O herói, que um vivo zelo testemunha
Em todos os que o seguem; repartidos
Aqueles a quem são mais conhecidos
Os sertões pela margem se espalhavam
À direita do rio e se empregavam
Em socavar a terra, em diligência
Do metal, de que têm verde experiência."
Em outro trecho, o poeta retrata o trabalho dos escravos na extração do ouro:
"Passa este quadro, e logo outra pintura
Nova imagem propõem, nova figura,
Que retrata uns mortais de negras cores,
Regando o aflito solo de suores
À força das fadigas, com que cavam
As brutas serras, e nos rios lavam
As porções extraídas, separando
As pedras do metal, que andam buscando."
Era essa, em poesia, a realidade das minas, que Cláudio Manuel da Costa presenciava, a todo instante em Vila Rica, a que hoje chamamos Ouro Preto.
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