Ração escassa para os soldados
"Não tratava o general (¹) só de fazer guerra com as armas, mas de sustentar quem a fazia, não sendo esta a menor e a que mais se ia sentindo. Muitas vezes se deu de ração uma espiga de milho, por não haver outra coisa. Mandou plantar alimentos, como mandioca, milho e vários legumes para o que viria à frente. [...]" (²)O fato de que se pensasse em plantar alimentos que demorariam algum tempo até que estivessem prontos para a colheita demonstra que havia alguma perspectiva de que a guerra não seria rápida. E foi, mesmo, muito longa, muito mais até do que se supunha.
Falta de munições
"[...] A falta de pólvora e munições era grandíssima, e se o provedor da Real Fazenda, André de Almeida, não houvesse conseguido salvar alguns barris dela quando a vila se perdeu, já não haveria com que lutar. Chegou-se a tanta falta de balas de arcabuz e de mosquete, que o general precisou fazer com que se retirasse chumbo das redes dos pescadores. [...]" (³)Havia, por esse tempo, muitos proprietários de engenho que pensavam que, se fosse possível produzir açúcar e lucrar com ele, talvez não importasse tanto se os senhores da terra seriam os portugueses ou os holandeses. Foi somente quando a Companhia das Índias Ocidentais decidiu fazer a cobrança e execução das dívidas que os produtores de açúcar haviam com ela contraído que a guerra tomou outro rumo, sem muita ajuda do Reino, ou apesar do pouco que ela significou.
(1) Referência a Matias de Albuquerque, irmão de Duarte de Albuquerque Coelho.
(2) COELHO, Duarte de Albuquerque. Memorias Diarias de la Guerra del Brasil. Madrid: Diego Diaz de la Carrera, Impressor del Reyno, 1654. Os trechos aqui citados foram traduzidos por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
(3) Ibid.
(2) COELHO, Duarte de Albuquerque. Memorias Diarias de la Guerra del Brasil. Madrid: Diego Diaz de la Carrera, Impressor del Reyno, 1654. Os trechos aqui citados foram traduzidos por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
(3) Ibid.
(4) Cf. DENIS, Ferdinand. Brésil. Paris: Firmin Didot Frères, 1837. A imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog.
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