À data de 11 de junho de 1865 corresponde a batalha do Riachuelo, no contexto do conflito que, no Brasil, é chamado Guerra do Paraguai (¹). Essa batalha foi assim descrita pelo Barão de Tefé (²), que comandava a canhoneira Araguary:
As perdas foram enormes, dos dois lados, mas, certamente, maiores do lado paraguaio, porque os países envolvidos eram desiguais em recursos. Para o Brasil, o fim da guerra trouxe novidades no panorama interno. Militares, até então pouco expressivos na vida política, ganharam espaço e passaram a ser vistos com mais respeito, como veteranos de guerra que eram. Muitos ex-escravos lutaram entre as forças brasileiras no conflito. Seu retorno do cenário de guerra para a vida civil acendeu com mais força o debate sobre o fim da escravidão, um tema que se arrastava há muito tempo e que, já tarde, precisava ser resolvido. Finalmente, os anos da guerra foram marcados por reflexões quanto à capacidade do Império em lidar com os problemas do Brasil. Quem mais, no Continente Americano, era monarquia? Não deveria o Brasil, também, ser uma República, como todos os seus vizinhos?
As décadas seguintes veriam esses debates em crescimento. A escravidão chegou formalmente ao fim em 13 de maio de 1888; proclamou-se a República em 15 de novembro de 1889.
"Uma pequena esquadra brasileira de nove navios de madeira - lançada a centenas de léguas da pátria para operar em um rio crivado de escolhos perigosos e dominado pelo inimigo - bateu-se de sol a sol, e derrotou por completo a esquadra inimiga, composta de quatorze unidades.Mas essa foi apenas uma batalha. A guerra, propriamente, estava apenas começando. Nela, os soldados enfrentariam as dificuldades naturais do ambiente em que tinham de lutar, as doenças, a falta de suprimentos. Ao Brasil, foi ocasião para tomar conhecimento de si mesmo: muitos lugares por onde as tropas precisaram se deslocar eram quase desconhecidos, e não havia deles mapa algum. Em tais condições, estabelecer uma rota para entrega regular de suprimentos e armas era quase impossível.
Ao escurecer, o combate cessou por falta de combatentes.
O Brasil perdera totalmente um navio e trezentos homens, mas o Paraguai ficara sem a sua esquadra e perdera dois mil homens." (³)
As perdas foram enormes, dos dois lados, mas, certamente, maiores do lado paraguaio, porque os países envolvidos eram desiguais em recursos. Para o Brasil, o fim da guerra trouxe novidades no panorama interno. Militares, até então pouco expressivos na vida política, ganharam espaço e passaram a ser vistos com mais respeito, como veteranos de guerra que eram. Muitos ex-escravos lutaram entre as forças brasileiras no conflito. Seu retorno do cenário de guerra para a vida civil acendeu com mais força o debate sobre o fim da escravidão, um tema que se arrastava há muito tempo e que, já tarde, precisava ser resolvido. Finalmente, os anos da guerra foram marcados por reflexões quanto à capacidade do Império em lidar com os problemas do Brasil. Quem mais, no Continente Americano, era monarquia? Não deveria o Brasil, também, ser uma República, como todos os seus vizinhos?
As décadas seguintes veriam esses debates em crescimento. A escravidão chegou formalmente ao fim em 13 de maio de 1888; proclamou-se a República em 15 de novembro de 1889.
(1) 1864 - 1870.
(2) Antônio Luís von Hoonholtz.
(3) HOONHOLTZ, Antônio Luís von. A Batalha Naval do Riachuelo. Rio de Janeiro: Garnier, 1865, p. 147.
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