quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Prodígios associados à morte de Calígula

Calígula, imperador romano (⁵)
Calígula, imperador romano, foi assassinado em 24 de janeiro de 41 d.C. Os romanos da época afirmavam, conforme relatou Suetônio (¹), que vários prodígios (²) serviram de aviso desse acontecimento, dentre os quais:

  • Calígula havia mandado desmontar e levar a Roma a estátua de Zeus (³) que estava em Olímpia, e, quando os trabalhadores, em andaimes, realizavam a tarefa, a própria estátua deu uma gargalhada, os andaimes caíram e os trabalhadores fugiram de medo;
  • Ainda em Olímpia, apareceu, logo em seguida, um homem chamado Cássio, pretendendo sacrificar um touro a Zeus - como se sabe, foi outro, de mesmo nome, Cássio Quereia, quem liderou o grupo que apunhalou Calígula;
  • Um raio atingiu o Capitólio de Cápua nos idos de março, data que recordava a morte de Júlio César em 44 a.C.;
  • Sila, astrólogo a quem Calígula consultava, avisou-o de que morreria em breve;
  • Na véspera de ser assassinado, Calígula teria sonhado que estava no céu e que lá se encontrava com Júpiter (⁴), o qual, ao vê-lo, lhe dava um chute com o dedão do pé direito, arremessando-o de volta à terra. 
Com prodígios ou sem eles, Calígula era, àquela altura, odiado por quase todos em Roma (e fora dela). Não era preciso grande capacidade de adivinhação para saber que, a qualquer momento, sendo as coisas em Roma como eram, alguém acabaria com ele. E foi o que aconteceu. Calígula tinha, então, vinte e nove anos, e seu tempo como imperador não chegou a quatro anos, mas foi o bastante para que ninguém se esquecesse dele. Não eram boas, todavia, as recordações. 

(1) De vita Caesarum, Livro IV. 
(2) Um prodígio era um evento considerado sobrenatural ou profético de que algo importante deveria ocorrer. 
(3) Júpiter, para os romanos).
(4) Júlio César também teria sonhado que se encontrara com Júpiter, e que este lhe estendia a mão direita - bem diferente do sonho de Calígula, portanto. 
(5) Cf. HEKLER, Anton. Die Bildniskunst der Griechen und Römer. Stuttgart: Julius Hoffmann, 1912. A imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog. 


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