sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Recife em 1630

Holandeses, tentados pelo açúcar do Brasil, chegaram a ocupar a Bahia em 1624, mas, depois de alguns meses, foram expulsos. Voltaram com mais força em 1630, desta vez em Pernambuco, onde, de escaramuça em escaramuça, foram ficando e, eventualmente, expandindo a área de controle. Sua expulsão definitiva - a chamada Capitulação do Campo - somente aconteceu em 26 de janeiro de 1654. 
Uma descrição feita por frei Antônio de Santa Maria Jaboatão (¹) dá uma ideia de como era Recife quando vieram os holandeses em 1630:
"Já quando os holandeses no ano de 1630 entraram em Pernambuco, era o Recife povoação, habitada comumente de alguns pescadores e gente marítima [sic], porque pelo desabrigado do porto de Olinda, e não haver para os navios ancoradouro muito capaz, se haviam passado para a povoação do Recife os armazéns para o recebimento dos açúcares e mais haveres da terra, e ali os vinham tomar os navios, ancorando no seu surgidouro e remanso do rio. [...]" (²) 
As questões geográficas e econômicas, portanto, foram decisivas para que, após a saída dos holandeses, Recife ganhasse importância cada vez maior. Pior para Olinda e para grande insatisfação dos senhores olindenses. Deste e de outros fatores acabaria resultando a chamada Guerra dos Mascates, entre os anos de 1710 e 1711. 

(1) 1695 - 1779. Nascido em Pernambuco, era franciscano.
(2) JABOATÃO, Antônio de Santa Maria O.F.M. Novo Orbe Serafico Brasilico, ou Crônica dos Frades Menores da Província do Brasil, Primeira Parte. Rio de Janeiro: Typ. Brasiliense, 1858, p. 401.


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