Aníbal atravessando os Alpes, de acordo com um cartunista do Século XIX (⁴) |
Era a Segunda Guerra Púnica. Vencendo sucessivas batalhas, as forças de Cartago chegaram muito perto de Roma. A conquista da cidade se mostrava iminente. Aníbal, todavia, nunca desfechou o ataque decisivo. Por quê?
É possível que o notável comandante cartaginês tivesse conhecimento de fatos que tenham permanecido incógnitos para os autores da época, a cujos registros temos de nos reportar. Não teria ele confiança suficiente em suas tropas? Teria sido vítima do medo do próprio sucesso? Ou, talvez, a conselho de algum oráculo, tenha protelado o ataque para uma data supostamente mais favorável, deixando passar sua única oportunidade real de conquistar Roma?
Tudo o que se pode afirmar, no estágio atual dos conhecimentos, é: não se sabe ao certo.
Políbio de Megalópolis (⁵), cuja História cobre muitos acontecimentos relacionados às Guerras Púnicas, observou: "Qualquer um louvará a maestria de Aníbal na arte da guerra, podendo dizer, sem receio de erro, que se houvesse começado suas ações em outros lugares e finalmente concluísse atacando Roma, teria sido vitorioso; porém, como começou por onde deveria terminar, Roma foi berço e túmulo de seus projetos." (⁶) De acordo com Tito Lívio, Maharbal, um dos homens de maior confiança no estado-maior de Aníbal, teria dito: "Os deuses não dão tudo ao mesmo homem. Sabes vencer, Aníbal, mas não és capaz de fazer uso da vitória." (⁷).
(1) A controvérsia quanto à rota adotada tem alimentado polêmicas e preenchido muito papel, tanto manuscrito quanto impresso, mas, a despeito disso, parece estar longe de terminar.
(2) 59 a.C. - 17 d.C.
(3) TITO LÍVIO. Ab urbe condita libri.
(4) BECKETT, Gilbert Abbott à et LEECH, John. The Comic History of Rome. London: Bradbury, Evans and Co., 1851, p. 173. (A imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog).
(4) BECKETT, Gilbert Abbott à et LEECH, John. The Comic History of Rome. London: Bradbury, Evans and Co., 1851, p. 173. (A imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog).
(5) c. 203 a.C. - 120 a.C.
(6) POLÍBIO. História.
(7) TITO LÍVIO. Op. cit. Os trechos citados das obras de Tito Lívio e Políbio de Megalópolis foram traduzidos por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
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