Qual é a pior calamidade que pode sobrevir a um lugar? O que é mais difícil de controlar? Seria uma inundação? Uma erupção vulcânica? Um terremoto? Uma tempestade de granizo? Um furacão? Vocês, leitores, têm todo o direito de discordar, mas esta era a opinião de Marco Túlio Cícero (¹), político, escritor e orador romano do Século I a.C.:
"[...] saiba que não há mar ou incêndio tão pavoroso cuja violência seja mais difícil de conter que a fúria de uma multidão insolente e desenfreada." (²)Cícero não estava, evidentemente, comparando o dano material que os diferentes cataclismos podem ocasionar. Sua preocupação era com o dano político. Sob esse aspecto, ele devia saber do que falava, porque Roma foi, em seus dias, um lugar de muita agitação. Não por acaso, a fúria popular foi, daí por diante, gradualmente canalizada para os espetáculos sangrentos patrocinados pelo Estado. Que corresse o sangue dos gladiadores, não o dos Césares.
(1) 106 a.C. - 43 a.C.
(2) CÍCERO, Marco Túlio. De re publica. c. 51 a.C. O trecho citado foi traduzido por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
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