quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Mílon de Crotona

O maior atleta dos jogos olímpicos da Antiguidade


Crotona é hoje uma cidade italiana, mas foi fundada, na Antiguidade, por gente de origem grega - lembram-se do que era a Magna Grécia, leitores? Tornou-se uma cidade-Estado e nela nasceu, no Século VI a.C., aquele que pode ter sido o maior atleta a competir nos jogos olímpicos da Antiguidade. Seu nome era Mílon, e por causa da origem, ficou conhecido como Mílon de Crotona (*).
Era, portanto, candidato perfeito a se tornar herói de muitas lendas. Sagrou-se vencedor na luta várias vezes, mas em qualquer lenda respeitável é preciso que haja algum exagero. E há: teria carregado um touro de uma extremidade a outra da pista, em Olímpia, em que se realizavam corridas a pé, e, como se isso fosse pouca coisa, em seguida teria matado o touro e tratado de devorá-lo. Lenda, lenda, leitores! 
Não poderia, contudo, faltar um desfecho trágico, como em toda boa história grega da Antiguidade. Humano como era, apesar dos feitos mirabolantes, Mílon envelheceu, sem notar que a força espantosa de que era dotado ia, aos poucos, diminuindo. Um dia, ao passear por um bosque, viu um carvalho no qual lenhadores haviam aberto uma fenda, sem, contudo, concluir o trabalho. Por imaginar que ainda tinha as forças intactas, o herói quis separar as duas partes do carvalho, mas, à medida que puxava, foram-se acabando as energias e, então, as duas partes voltaram à posição original, prendendo os braços de Mílon, que gritou, berrou, esperneou, mas não conseguiu se livrar da prisão em que se colocara. Para cúmulo da desgraça, atraiu a atenção de lobos, que o devoraram. 
Avisei que era lenda, mas diz muito sobre a natureza humana, para quem quiser entender.

(*) Era comum, na Antiguidade, que pessoas fossem designadas pelo local de nascimento. 


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