sexta-feira, 20 de setembro de 2024

A expedição de Fernão de Magalhães, antes de sair da Espanha

A esquadra liderada por Fernão de Magalhães, cinco navios ao todo, deixou Sanlúcar de Barrameda em 20 de setembro de 1519. Seguiu para as Canárias, onde se abasteceu de água e carvão, e de lá, para a América do Sul, já que a ideia que norteava a expedição era encontrar uma passagem no extremo sul do Continente, de onde pudesse ter acesso ao Pacífico e, então, depois de demonstrar na prática que as Molucas, pelo Tratado de Tordesilhas, pertenciam à Espanha, completar a primeira viagem de circum-navegação, retornando a seu ponto de partida na Europa. 
As pretensões eram grandiosas, os riscos, enormes. Exatamente por isso, Magalhães, muito religioso, como eram aliás, quase todos em seu tempo, ordenou algumas providências antes da partida, que, em seu entender, seriam uma preparação conveniente ao grande empreendimento. Antonio Pigafetta, um italiano que esteve entre os poucos que completaram a viagem, escreveu uma espécie de diário, no qual se lê:
"Pela manhã, todos iam a terra para ouvir missa na Igreja de Nossa Senhora de Barrameda; antes da partida, o comandante deu ordem para que toda a tripulação fosse se confessar e proibiu que, sob qualquer pretexto, alguma mulher fosse embarcada na esquadra." (*)
Considerava-se, na época, que, diante dos riscos, todos deviam estar preparados para morrer. O próprio Magalhães nunca voltou. Provou-se, porém, com essa expedição, que era possível dar a volta ao mundo. A esfericidade da Terra estava, portanto, demonstrada.

(*) O trecho citado do Diário de Pigafetta foi traduzido por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias


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