quinta-feira, 8 de abril de 2021

Augusto, imperador romano, tinha hábitos simples quanto ao vestuário

César Augusto é considerado o primeiro imperador romano. A despeito do alto cargo que ocupava, foi descrito como um homem de hábitos simples. Suetônio, um autor que viveu entre os Séculos I e II e teve acesso à documentação escrita do Império, assim se referiu aos costumes de Augusto em relação ao vestir-se: "Seu vestuário habitual era o de uso doméstico, feito pela irmã, mulher, filha ou netas; usava as togas nem demasiadamente presas, nem muito soltas, com uma faixa de púrpura de largura média, e, quanto ao sapato, usava um que o fizesse mais alto do que era." (¹)
A primeira consideração que extraímos, leitores, é que Augusto não devia ser um homem de estatura elevada. Além disso, mesmo sabendo que o modo de adquirir mercadorias era muito diferente na Antiguidade daquilo que costumamos fazer hoje, pode parecer estranho que a roupa do grande Augusto fosse feita pelas mulheres de sua família. Mas não se surpreendam: de acordo com uma antiga tradição, decorrente do rapto das sabinas, os romanos haviam prometido que o único trabalho que delas seria esperado era o de fiar e tecer. Portanto, ao usar as roupas feitas em casa, César Augusto estava, implicitamente, praticando um costume tradicional da Antiga Roma, que, sob o ponto de vista político, era muito importante evidenciar que respeitava.
Ainda por informação de Suetônio, sabemos que, por ter a saúde frágil, Augusto não suportava a exposição ao sol (²), razão pela qual preferia viajar à noite. Pelo mesmo motivo, quando queria dar um passeio ao ar livre, usava sempre um chapéu de abas largas. Mas, como governante romano que era, a preferência por roupas de uso doméstico eventualmente precisava ser posta de lado, se algum acontecimento o chamava, repentinamente, à vida pública. Por isso, no dizer de Suetônio, "considerando que podia haver imprevistos, tinha sempre prontos em casa uma roupa apropriada para ir à rua e um par de sapatos" (³). Na cidade que se considerava a capital do mundo as emergências não deviam ser poucas.

(1) SUETÔNIO. De vita Caesarum Livro II. Os trechos aqui citados foram traduzidos por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
(2) Talvez desconhecesse os benefícios de uma exposição moderada à luz solar diariamente.
(3) SUETÔNIO, Op. cit., Livro II. 


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