Crucifixão de Jesus, obra de Albrecht Dürer, Século XVI (⁶) |
Foram os romanos, contudo, que, fazendo da crucifixão, ocasionalmente, uma forma de execução em massa, deram a ela o status de pena mais abominável, em razão de provocar morte lenta, acompanhada de sofrimento intenso e da execração pública. Foi o que sucedeu, por exemplo, no final da rebelião de escravos conhecida como Revolta de Espártaco (³), quando os capturados vivos foram crucificados coletivamente, formando as cruzes uma verdadeira floresta, entre as quais era impossível a alguém caminhar em linha reta.
Crucifixões em massa também ocorreram, segundo Flávio Josefo, durante a campanha romana de Tito em 70 d.C., que culminou com a destruição de Jerusalém. Devido à completa falta de alimentos na cidade sitiada, muitos judeus tentavam conseguir comida do lado de fora e eram capturados por soldados romanos, chegando seu número a uns quinhentos por dia. Tito não via o que fazer com eles e, assim, decidiu que fossem crucificados. A situação teria chegado a tal ponto que já não havia cruzes disponíveis e nem lugar para afixá-las, tal era a quantidade de supliciados (⁴).
Crucifixão de Jesus, obra de Gustave Doré, Século XIX (⁶) |
(1) Século V a.C.
(2) Cujo reinado ocorreu no Século X a.C.
(3) 73 - 71 a.C.
(4) Cf. JOSEFO, Flávio. As Guerras Judaicas, Livro V.
(5) SUETÔNIO. De vita Caesarum, Livro I. O trecho citado foi traduzido por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
(6) Duas concepções artísticas da crucifixão de Jesus: a primeira por Albrecht Dürer (Século XVI), a segunda em gravura de Gustave Doré (Século XIX). Ambas foram editadas para facilitar a visualização neste blog. Lembrem-se, leitores, de que artistas são influenciados pela época em que vivem e refletem essa influência em suas obras.
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