Piratas e corsários eram ladrões do mar. A título de distinção oficial, pode-se dizer que corsários eram ladrões do mar patrocinados por seus respectivos governos. A diferença, pois, é que piratas roubavam para si mesmos, enquanto que corsários roubavam com apoio estatal. Todos roubavam, no entanto.
Nos primeiros dois séculos da colonização, os portugueses estabelecidos ao longo do litoral brasileiro, bem como seus descendentes, viviam com medo de ataques de piratas. Afinal, do dia para a noite (muitas vezes literalmente) podiam esses colonizadores perder tudo o que tinham acumulado com muito trabalho. Além disso, era prática corrente entre os ladrões do mar que se incendiassem as povoações atacadas, com a óbvia finalidade de minar qualquer esforço defensivo. Sabe-se, por exemplo, que Lancaster e Venner pilharam a região de Olinda em 1594, em um ataque tanto mais memorável por ter durado trinta e quatro dias. Imaginem, leitores, o dano que causaram.
No Século XVII, em razão dos meios escassos de defesa da terra, o padre Antônio Vieira referiu, em uma de suas cartas:
"Os corsários continuam a correr estas costas, e já fazem colônia nos confins delas. E isto, que é só o que temos (¹), só se conservará enquanto não houver quem o queira, segundo faltam hoje todas as assistências de armas e munições, que por muitas vezes se tem pedido, esquecendo-se de as mandar os mesmos ministros que tão exatos são em arrecadar os tributos do Brasil, e inventar outros de novo, em que tudo não só se vai arruinando, mas está quase arruinado." (²)
A pirataria, contudo, não era fenômeno novo, ou nascido a partir das navegações oceânicas europeias nos Séculos XV e XVI. Existiu muito antes disso. Marinheiros que navegavam pelo Mediterrâneo no tempo do Império Romano morriam de medo que, durante alguma tempestade, o navio em que estavam fosse jogado em um ponto desabitado do norte da África. Motivo? Piratas!
Pompeu Magno (⁷) |
(1) Referia-se ao fato de que, àquela altura dos acontecimentos, a maior possessão colonial que restava a Portugal era o Brasil.
(2) VIEIRA, Pe. Antônio S. J. Cartas vol. 2. Lisboa Ocidental: Oficina da Congregação do Oratório, 1735, p. 347.
(3) c. 81 a.C.
(4) 23 - 79 d.C.
(5) Aquele mesmo do Primeiro Triunvirato - lembram-se dele? A República romana dava, então, seus últimos suspiros, e o Império estava às portas.
(6) Cf. Naturalis Historia, Livro VII.
(7) HEKLER, Anton. Die Bildniskunst der Griechen und Römer. Stuttgart: Julius Hoffmann, 1912, p. 155.
Veja também:
(7) HEKLER, Anton. Die Bildniskunst der Griechen und Römer. Stuttgart: Julius Hoffmann, 1912, p. 155.
Veja também:
Francis Drake aterrorizou grande parte da costa portuguesa. É tão interessante que governos tenham apoiado e patrocinado o roubo em alto mar. Parece coisa arcaica mas, talvez, tenha apenas mudado de aparência...
ResponderExcluirEra muito lucrativo pilhar navios que vinham da América carregados de metais preciosos. Países que não tinham uma "fatia" do Continente Americano eram particularmente interessados nisso.
ExcluirMarta bom dia!
ResponderExcluirAdoro vir aqui e
aprender lendo.
E que
o mês de julho nos seja
favorável.
Bjins
CatiahoAlc.
Olá!!! Obrigada pela visita. Que você tenha um julho maravilhoso!
Excluir