Cada povo educa suas crianças e jovens para aquilo que mais preza; valem, aqui, as habilidades, os valores, os conhecimentos. Mesmo as famílias (nas sociedades em que as crianças são educadas em família) tendem a passar à geração seguinte o que julgam de maior importância.
Não nos enganemos: se uma determinada sociedade, na educação de seus jovens, não atribui importância a algum aspecto do saber acumulado pela humanidade, é porque, afinal, esse aspecto não tem, para ela, valor algum. O recado está dado, leitores.
Mas vamos adiante, que o assunto de hoje é o modo como os antigos persas educavam meninos. Heródoto, grego de Halicarnasso, gostava de viajar e, na Antiguidade, eram os que viajavam que tinham, como regra, boas histórias para contar. Contou, por exemplo, que entre os persas, um menino ficava sob os cuidados da mãe e de outras mulheres da família até que completasse cinco anos. Antes disso (segundo Heródoto!), o pai sequer ia ver o filho, para evitar a enorme tristeza que poderia ter em caso de morte de seu rebento. Verdadeiro ou não, esse relato de Heródoto diz muito sobre a mortalidade infantil na Antiguidade.
A partir dos cinco anos, o rapazinho passava a ser instruído nas três habilidades reputadas essenciais para um homem: "cavalgar, atirar com arco e falar somente a verdade". Assim era até que atingisse a idade de vinte anos. Vejam, leitores, que a instrução era voltada, como em muitas outras culturas, para a formação de um bom soldado.
Heródoto nada disse quanto à educação das meninas. Eis um caso em que a omissão, por si, é de uma eloquência notável.
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Um silêncio ensurdecedor. Será que as mães que perdiam os seus rebentos sentiam menos???
ResponderExcluirMinha tendência é achar que as expressões de luto são culturalmente construídas. A dor da perda, porém, é universal (pelo menos para gente equilibrada).
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