sexta-feira, 11 de março de 2016

César e a duração da noite na Grã-Bretanha

Como os romanos descobriram que a duração da noite não era a mesma em lugares diferentes


A ciência, na Antiguidade, avançava com a ajuda de acontecimentos não exatamente científicos - ou seja, com um empurrãozinho do acaso, uma vez que a ideia de planejar experimentos sob estrito controle, com uma  observação cuidadosa dos resultados, não era ainda praticada como regra. No entanto, em todos os tempos, cérebros inteligentes foram capazes de observar coisas que pareciam não funcionar como esperado, tirando, daí, conclusões interessantes (ainda que nem sempre exatas).
Um caso desses ocorreu quando César e suas tropas chegaram à Britânia (*) em meados do primeiro século antes de Cristo. Ocorre que os romanos daquele tempo marcavam as horas com o emprego de relógios de água, e, com o uso deles, foi possível constatar que, àquela época do ano, as noites na ilha eram mais curtas que no Continente. Desse fato podemos extrair ao menos duas conclusões:
  • Os romanos, até esse tempo, ainda não sabiam que a latitude era um fator importante para determinar a duração do dia e da noite;
  • A guerra, que levava devastação a tantos territórios, acabou contribuindo para fazer avançar o conhecimento científico. 
Comete erro grave, porém, aquele que acha que há aqui uma boa justificativa para investidas bélicas. Pacíficas expedições comerciais, por exemplo, não seriam capazes de proporcionar o mesmo efeito?

(*) Ou Grã-Bretanha, se assim preferirem os leitores, em lugar do nome que era usual entre os antigos romanos.


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