quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Por que Augusto escolheu Tibério como sucessor

Imperador Tibério (³)
César Augusto, considerado formalmente o primeiro imperador de Roma, foi, ao longo da vida, manobrando o jogo político para fazer um sucessor. No entanto, a morte precoce de várias figuras a ele relacionadas, como seus netos, por exemplo, tornou a situação mais melindrosa do que, por si mesma, já era. Suetônio (¹), no Livro II de De vita Caesarum, indica que Augusto teria pensado até em restaurar a República, tal como era antes dos triunviratos, mas considerações, inclusive de segurança pessoal, fizeram-no desistir da ideia. 
O escolhido, afinal, foi Tibério.
Por quê?
Tácito (²), no livro I dos Annales, afirmou que Augusto teria escolhido Tibério como sucessor "para ter a vantagem de ser comparado a um pior que ele". Ora, os anos subsequentes mostraram que, se a intenção de fato foi essa, a escolha resultou perfeita. Tibério era um mestre das arbitrariedades e, quando morreu em 37 d.C., as manifestações públicas de alegria foram mais que exuberantes. De acordo com Suetônio, o povo corria pelas ruas de Roma, gritando que o cadáver do imperador deveria ser jogado no Tibre, pedindo aos deuses que não lhe dessem descanso, além de outras atrocidades mais. Romanos, romanos... Ainda não sabiam que o próximo imperador seria Calígula.

(1) 69 - 141 d.C.
(2) c. 47 d.C. - 120 d.C.
(3) HEKLER, Anton. Die Bildniskunst der Griechen und Römer. Stuttgart: Julius Hoffmann, 1912. A imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog.



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