Houve tempo em que o governo português proibiu a exportação para o Reino de especiarias do Oriente que fossem cultivadas no Brasil. O próprio cultivo chegou a ser (inutilmente) proibido. Para não prejudicar os interesses dos que investiam na navegação para as "Índias", era mais fácil proibir, ou fazer constar que era proibido.
Passaram-se os anos e as conquistas lusitanas no Oriente foram minguando. Havia mais gente na Europa interessada nesse negócio. É verdade, também, que no Século XVII tanta especiaria chegava ao Reino, que os preços já não eram tão compensadores, até porque a viagem para trazê-las era muito longa. Que fazer?
O padre Antônio Vieira (¹) teve uma ideia, que contrariava as antigas ordens reais:
Passaram-se os anos e as conquistas lusitanas no Oriente foram minguando. Havia mais gente na Europa interessada nesse negócio. É verdade, também, que no Século XVII tanta especiaria chegava ao Reino, que os preços já não eram tão compensadores, até porque a viagem para trazê-las era muito longa. Que fazer?
O padre Antônio Vieira (¹) teve uma ideia, que contrariava as antigas ordens reais:
"[...] aconselhou a El-Rei mandasse passar ao Brasil as plantas do Oriente, porque se davam e produziam mui bem nas terras da América, onde já se viam árvores de canela e algumas de pimenta, e raiz de gengibre, trazidas da Ásia; e a continuar esta cultura, teríamos em mais vizinhas conquistas e próprio nosso, o que comprávamos por nossa voluntária inércia e pecados aos holandeses. [...]" (²)Dissecando o argumento:
- O Brasil era menos distante que as regiões produtoras do Oriente;
- O Brasil ainda era terra de Portugal, e não seria preciso comprar especiarias de estrangeiros;
- A maioria das ervas aromáticas e especiarias orientais produzia admiravelmente no Brasil.
(1) 1608 - 1697.
(2) BARROS, André de S. J. Vida do Apostólico Padre Antônio Vieira da Companhia de Jesus. Lisboa: Officina Sylviana, 1746, p. 644.
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