O direito à cidadania era algo que os primeiros romanos reservavam ciumentamente para si, porque, além de ser considerado uma grande honra, incluía, também, uma série de direitos. Sêneca, o filósofo estoico, argumentou: "Causar dano à pátria é crime; portanto, causar dano a um cidadão, que é parte da pátria, também é crime. [...] O que seria se as mãos pretendessem causar dano aos pés, ou os olhos às mãos?" (¹)
Contudo, o título de cidadão romano, sob a pressão de questões práticas, foi, com o passar do tempo, estendido a um número crescente de pessoas. Durante a Segunda Guerra Púnica, por exemplo, escravos foram incorporados ao exército romano. Nas palavras de Floro, esses "libertos se tornaram romanos" (²). Um pouco mais tarde, em 89 a.C., os povos aliados da Itália obtiveram a cidadania romana e, ainda que no governo de Augusto as concessões tenham sido poucas, com Cláudio, em 47 d.C., o título de cidadão tornou-se disponível a qualquer estrangeiro que estivesse disposto a pagar por ele.
Imperador Caracala (⁴) |
(1) SÊNECA. De Ira. O trecho citado foi traduzido por Marta Iansen para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
(2) FLORO, Aneu. Rerum Romanarum, Livro II. O trecho citado foi traduzido por Marta Iansen para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
(3) 211 - 217 d.C.
(4) HEKLER, Anton. Die Bildniskunst der Griechen und Römer. Stuttgart: Julius Hoffmann, 1912, p. 290. A imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog.
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