Íbis-sagrado (Threskiornis aethiopicus) |
O Egito da Antiguidade tinha fartura de deuses. Havia divindades para quase tudo, e muitos animais eram considerados a personificação de alguma figura desse tão notável panteão divino. Sorte da bicharada, é claro, que, desse modo, era protegida, recebia um tratamento régio, tinha sacerdotes a seu dispor e, para cúmulo das homenagens, ao morrer, recebia as honras do embalsamamento. O íbis-sagrado (Threskiornis aethiopicus) era apenas um dentre os muitos animais a quem os egípcios veneravam, e o antropomórfico deus Toth era representado com corpo humano e cabeça de íbis.
Toth, deus egípcio com cabeça de íbis (³) |
Por óbvio que seja, deve-se ainda assinalar que os deuses-animais do Egito eram sempre aqueles que estavam por perto: chacais, falcões, gatos, abutres, íbis-sagrados - todos podiam ser facilmente vistos nas redondezas. Seria improdutivo, leitor, procurar no panteão egípcio um deus urso-polar, ou foca, ou arara-canindé, ou ainda onça-pintada. Experiências da vida diária, com suas angústias e expectativas, estavam na base não só das explicações para fenômenos naturais, como das crenças religiosas que norteavam a existência de quem dependia do Nilo, cujas águas fertilizavam o solo, e, a cada ano, renovavam as esperanças dos homens e favoreciam a proliferação dos animais.
(1) 485 - 425 a.C.
(2) Histórias, Livro II.
(3) BUDGE, E. A. Wallis. The Gods of The Egyptians vol. I. London: Methuen & Co., 1904.
(3) BUDGE, E. A. Wallis. The Gods of The Egyptians vol. I. London: Methuen & Co., 1904.
Veja também:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Democraticamente, comentários e debates construtivos serão bem-recebidos. Participe!
Devido à natureza dos assuntos tratados neste blog, todos os comentários passarão, necessariamente, por moderação, antes que sejam publicados. Comentários de caráter preconceituoso, racista, sexista, etc. não serão aceitos. Entretanto, a discussão inteligente de ideias será sempre estimulada.