O Egito Antigo é famoso por suas múmias - corpos de mortos devidamente embalsamados. Ora, em que é que consistia, afinal, o embalsamamento?
Heródoto de Halicarnasso deixou-nos, disso, um relato interessante. É preciso explicar, antes de mais nada, que havia embalsamamentos de vários preços, e, como é lógico supor, era à família do morto que cabia a decisão quanto ao que se pretendia (ou podia) gastar com o parente falecido.
Heródoto de Halicarnasso deixou-nos, disso, um relato interessante. É preciso explicar, antes de mais nada, que havia embalsamamentos de vários preços, e, como é lógico supor, era à família do morto que cabia a decisão quanto ao que se pretendia (ou podia) gastar com o parente falecido.
Sarcófago egípcio (*) |
Dentre outros procedimentos mencionados por Heródoto, competia aos médicos embalsamadores, uma vez fechado o contrato com a família, remover o cérebro do morto, por meio de ganchos que eram introduzidos através do nariz. Alguns compostos eram postos no lugar. Acabava assim a primeira parte do longo processo.
Em seguida, fazia-se uma abertura abdominal, para remoção de órgãos e limpeza. Sendo esse um procedimento de alto padrão, a cavidade era preenchida com arômatas da melhor qualidade, destacando-se a mirra e uma variedade de canela tipicamente oriental.
Após os setenta dias, o embalsamamento era concluído com o enfaixar do corpo com tecido de linho embebido em goma. Assim preparada, a múmia era posta no sarcófago escolhido pela família, que, de qualquer modo, sempre tinha forma aproximadamente humana.
Depois disso, o destino da múmia podia variar. Um rei ou nobre importante já teria, de antemão, preparado um túmulo para si. Mas havia famílias que simplesmente levavam o sarcófago para casa, e lá ficava ele em um canto, junto à parede... Se considerarmos a importância que davam os egípcios ao que criam ser a vida após a morte, era este, por certo, um destino inglório. A despeito de toda a preparação que alguém fizesse em vida, em última instância o destino de um morto, no Egito, dependia, como em todos os tempos e lugares, da boa ou má vontade dos vivos.
(*) DeHASS, Frank S. Buried Cities Recovered 5ª ed. Philadelphia: Bradley, Garretson & Co., 1883, p. 55.
Veja também:
Querida Marta, apesar do meu fascínio pelo Egipto (fiz lá a minha viagem de núpcias), as múmias não me atraem minimamente embora o processo médico-científico fosse fascinante, e muito avançado para a época. Mas os vasos onde guardavam os órgãos, ah.... esses são lindos mesmo.
ResponderExcluirTanto que trouxe um pote representativo desse costume. É pequeno, em barro (não se fazem mais em ouro, suponho, o que os tornaria muito caros e alvo dos ladrões) e a tampa é uma cabeça de chacal. Amo demais aquele pote e olha que eu não sou nada apegada a objectos, com excepção para os meus livros...
Beijinho, um doce restinho de semana
Ruthia d'O Berço do Mundo
P.S. Já se imaginou enfaixada na sala de jantar? Hihi
Se eu fosse me imaginar em todas as situações com as quais, como historiadora, tenho que trabalhar, ficaria completamente maluca. "Distanciamento crítico" é a fórmula mágica para não me envolver demais (nem emocionalmente, nem com as faixas de linho com trechos do chamado Livro dos Mortos do Egito Antigo). Lol, lol, lol...
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