quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Hierarquia social no Império Asteca

Hernán Cortés e seu bando começaram a enfrentar o Império Asteca em 1519, percebendo que, para isso, podiam contar com a ajuda de povos vizinhos, cansados dos pesados tributos a que estavam sujeitos e dos contínuos sacrifícios humanos, cujas vítimas deviam fornecer. Depois de várias escaramuças e de luta renhida pelo controle de Tenochtitlán (a capital asteca), o pequeno exército espanhol venceu. Simplificando bastante, a sociedade que os invasores encontraram (e destruíram) era assim organizada:
  • 1. Imperador, cujo cargo era vitalício. O sucessor de um imperador era escolhido dentro da família real, mas não precisava, necessariamente, ser filho do antecessor.
  • 2. Mulher-serpente, que, a despeito do título, era um homem, e, em nome do imperador, exercia liderança em várias situações da vida diária. Havia também Conselheiros civis e/ou militares e sacerdotes importantes, que assessoravam o imperador em suas decisões (o próprio imperador, antes de ocupar o cargo, era educado como guerreiro e sacerdote).
  • 3. Nobreza, constituída principalmente por altos funcionários e governadores provinciais. De um modo geral, os sacerdotes, bastante numerosos, eram também contados entre os nobres. A nobreza estava isenta de impostos e detinha a propriedade de terras.
  • 4. Povo comum, constituído por homens livres. Alguns trabalhavam na terra, outros eram artesãos (hereditariamente), ou ainda comerciantes.
  • 5. Escravos, que podiam ser tanto estrangeiros aprisionados em alguma guerra, como astecas que, empobrecidos, tinham tantas dívidas que, para pagá-las, eram obrigados a trabalho compulsório. Havia astecas que, sendo livres, preferiam ser reduzidos à condição de escravos, para que, dessa forma, tivessem alimento provido por seu senhor.
Notem, leitores, que a estratificação social vigente entre os astecas pode ser comparada à de vários povos, a começar pela Antiguidade. Com as devidas ressalvas, não lembra, por exemplo, a do Egito Antigo?  Havia, porém, na sociedade asteca, um aspecto que a distinguia de muitas outras: a possibilidade, ainda que pequena, de ascensão social. Um jovem comum, talvez filho de camponeses, podia chegar a ser um nobre, se demonstrasse bravura e competência nas guerras frequentes em que os astecas se envolviam, a fim de dominar outros povos, enfraquecendo-os, e obrigando-os ao pagamento de tributos.


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