sexta-feira, 24 de maio de 2024

Superstições medievais

Em alguns lugares da Europa medieval acreditava-se ser possível impedir que uma bruxa entrasse numa casa se, ao lado da porta, fosse plantado um junípero - já tratei desse assunto aqui no blog. Mas, como se sabe, não paravam por aí as superstições, o que é até compreensível, devido ao isolamento e à carência de instrução em que vivia grande parte da população rural - e a maior parte da população era rural, mesmo. Quase todo o restante habitava pequenas vilas e cidades, e ir à escola era privilégio ao qual poucos tinham acesso. Mesmo entre os mais instruídos havia quem conservasse umas superstiçõezinhas escabrosas. Nesse sentido, o mundo, desde então, não mudou tanto assim.
Afirma-se, por exemplo, que os noivos, no dia do casamento, deviam ter o máximo cuidado quando iam até a porta da igreja em que se realizava a cerimônia formal. Achando, no caminho, aranhas ou sapos, podiam crer que o matrimônio seria coroado de felicidade; encontrar cobras, cães e frades era sinal de mau agouro. Pura tolice, é claro.
Passemos ao caso do uso de plantas com supostas propriedades mágicas. Apenas dois exemplos, dentre uma multidão de outros que poderiam ser citados: hastes de milefólio (Achillea millefolium) eram usadas desde a Antiguidade para previsão do tempo, enquanto o endro (Anethum graveolens) era prescrito como proteção contra malefícios de alguma bruxa, e sua ingestão com vinho era indicada para levar alguém a apaixonar-se loucamente. Embora esses usos de plantas nos pareçam ridículos, por tentativa e erro acabaram conduzindo a muitos acertos que contribuíram para o desenvolvimento da química e da farmacologia, entre outros estudos, como hoje os conhecemos.


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