Considerem, meus leitores, a vida dos agricultores na Antiguidade. Quer a colheita fosse excepcionalmente boa, quer magra ou mesmo insuficiente, uma parte dela não poderia ser destinada ao consumo. Devia ser cuidadosamente guardada, até que chegasse a nova estação de plantio. Era semente para futura colheita, e não alimento. Quem não fizesse assim corria o risco de morrer de forme, porque, naquele tempo, não havia lojas de produtos para a lavoura em que sementes pudessem ser adquiridas.
Não bastava, porém, reservar uma parte da colheita de cereais para plantio na próxima temporada. Era preciso parcimônia no consumo, para que a safra durasse tanto quanto necessário. Por isso, a maneira de estocar os suprimentos era decisiva. Os gregos tinham um método que tanto contribuía para a conservação dos grãos, evitando, até certo ponto, que fossem assaltados por roedores e outras pragas, como evitava, também até certo ponto, o roubo e a pilhagem: as colheitas eram guardadas em vasilhas de cerâmica enormes, colocadas dentro da terra, e, em caso de quantidades muito grandes, utilizavam-se celeiros subterrâneos.
Ora, entre os gregos, quase todas as atividades humanas tinham um deus tutelar, e sabe-se que Hades (*) era a divindade das colheitas armazenadas. Mas não era ele o deus do mundo dos mortos? Sim, era, como igualmente se encarregava de tudo o que estivesse no subsolo, fossem coisas reais ou imaginárias. Por isso, era o deus do frio, escuro e úmido submundo dos mortos, como era o protetor dos grãos tão cuidadosamente estocados em seus domínios. Não por acaso, Hades era, ainda, o deus das riquezas. Entende-se: no tempo em que um homem era tanto mais rico quanto mais alimentos tivesse para si, para a família e para fornecer a outros, ter uma boa reserva de grãos era o tesouro mais valioso. Hades que cuidasse bem dele.
Não bastava, porém, reservar uma parte da colheita de cereais para plantio na próxima temporada. Era preciso parcimônia no consumo, para que a safra durasse tanto quanto necessário. Por isso, a maneira de estocar os suprimentos era decisiva. Os gregos tinham um método que tanto contribuía para a conservação dos grãos, evitando, até certo ponto, que fossem assaltados por roedores e outras pragas, como evitava, também até certo ponto, o roubo e a pilhagem: as colheitas eram guardadas em vasilhas de cerâmica enormes, colocadas dentro da terra, e, em caso de quantidades muito grandes, utilizavam-se celeiros subterrâneos.
Ora, entre os gregos, quase todas as atividades humanas tinham um deus tutelar, e sabe-se que Hades (*) era a divindade das colheitas armazenadas. Mas não era ele o deus do mundo dos mortos? Sim, era, como igualmente se encarregava de tudo o que estivesse no subsolo, fossem coisas reais ou imaginárias. Por isso, era o deus do frio, escuro e úmido submundo dos mortos, como era o protetor dos grãos tão cuidadosamente estocados em seus domínios. Não por acaso, Hades era, ainda, o deus das riquezas. Entende-se: no tempo em que um homem era tanto mais rico quanto mais alimentos tivesse para si, para a família e para fornecer a outros, ter uma boa reserva de grãos era o tesouro mais valioso. Hades que cuidasse bem dele.
(*) Plutão, entre os romanos.
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Muito interessante essa dinâmica de armazenamento e as ideias formadas ao redor dela.
ResponderExcluirSim, é verdade. Cada cultura tende a desenvolver um corolário de ideias, tendo, como eixo, suas atividades econômicas.
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