Sabemos, por informação de Tácito, no Livro XI dos Annales, que no ano 801 da fundação de Roma (ou 48 d.C.), foi realizado um censo, que apontou a existência de seis milhões e novecentos e quarenta e quatro mil cidadãos no Império.
Ora, a realização de censos era uma prática muito antiga entre os romanos, e, de acordo com Tito Lívio (Ab urbe condita libri), o primeiro deles ocorreu durante o governo de Sérvio Túlio, sexto rei de Roma. Naquele primeiro censo (¹) foram contados cerca de oitenta mil cidadãos romanos militarmente válidos (²).
É interessante notar que, para os romanos, a contagem dos cidadãos ia muito além de um levantamento de informações que pudessem favorecer projetos militares ou tributários dos governantes. Sabemos que havia, também, um elemento religioso envolvido, na intenção de assegurar o favor dos deuses, tanto para os homens destinados à defesa da cidade como para os que iam à guerra contra inimigos externos. Esse aspecto fica evidente na maneira como foi organizada a cerimônia que assinalou a conclusão do primeiro censo: todos os cidadãos foram reunidos no Campo de Marte, onde teve lugar um ritual de purificação chamado Lustro, no qual foram sacrificados, ao que tudo indica em honra do deus da guerra, um porco, uma ovelha e um touro.
(1) Século VI a.C.
(2) A cidadania estava, então, vinculada à prestação do serviço militar.
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