segunda-feira, 30 de março de 2015

Armínio

Para gregos e romanos, ele era um bárbaro - sua língua materna não era nem o latim e nem o grego. Ex-oficial no exército romano, Armínio liderou seu povo na luta contra as forças de Roma, e, em 11 de setembro de 9 d.C., na batalha de Teutoburgo, impôs às legiões comandadas por Quintílio Varo uma derrota de proporções brutais. O próprio Varo, agindo de acordo com o que se esperava de um romano honrado, cometeu suicídio para não cair prisioneiro dos germanos. Suas legiões foram estraçalhadas.
Armínio enfrentou romanos em diversos outros combates, alcançando sucesso em alguns, sendo derrotado em outros, mas sempre conseguindo escapar. Viria a morrer, de acordo com Tácito, historiador romano, em mãos de seus próprios parentes, aos trinta e sete anos de idade.
Não deixa de ser notável o fato de que Tácito, longe de considerá-lo um simples traidor, fizesse a ele uma série de elogios, como "libertador da Germânia", que "enfrentou Roma não em seus primórdios [...], mas quando o Império estava no auge." (*) Seus feitos, porém, segundo o mesmo historiador, eram ignorados, quase um século mais tarde, tanto pelos gregos como pelos romanos. Por quê? 
Escreveu ele:
"É desconhecido nos anais dos gregos, pois estes só olham para si mesmos; e também dos romanos, porque celebramos as coisas antigas e não damos atenção às recentes." (*)

(*) As citações do Livro Segundo dos Annales de Tácito são tradução de Marta Iansen para uso exclusivo no blog História & Outras Histórias.


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