
Na Antiguidade os animais encenavam um papel de destaque, sendo, em muitos casos, considerados deuses. Se tem dúvidas, leitor, verifique o panteão egípcio, e vai achar touros, crocodilos, íbis, serpentes, gatos, chacais, uma lista quase infinita de divindades zoomórficas e/ou antropozoomórficas. O mesmo acontecia em outras partes do planeta.
Entretanto, para azar deles, nem todos os povos tinham a mesma consideração pela bicharada. Os assírios, mais que famosos pela crueldade, desenvolveram o gosto pela caça de leões e outras feras. Acontece que, para facilitar a vida dos monarcas e de seus servidores, esses animais eram frequentemente aprisionados para, mais tarde, serem "caçados". O costume, ao que parece, estendeu-se a babilônios e persas.
Não era o tempo, ainda, dos cãezinhos como animais domésticos. Na maioria das civilizações antigas os cães não eram alvo de grande apreço, sendo vistos mais como carniceiros que rondavam as cidades que como meigas figurinhas a frequentarem o colo das madames. É somente em tempos medievais que começamos a ter registros mais frequentes de cachorros como animais de estimação ou companheiros de caça. Os gatos, bem, os gatos tiveram de esperar um pouco mais, já que o medievo associava esses felinos (os pretos, em particular) aos supostos rituais de bruxaria frequentemente execrados pela Igreja e perseguidos pela Inquisição.
(*) O título é, evidentemente, uma referência àqueles ridículos textos de livros didáticos que eram usados há algumas décadas para ensinar às crianças a classificação dos "animais domésticos" e "animais selvagens", "animais úteis" e "animais nocivos", e assim por diante. À luz da Ecologia, classificar um animal como nocivo é uma completa tolice.
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