Não só no Brasil é que dinheiro amoedado era escasso nos tempos coloniais. Também no Paraguai havia falta de moeda. Falando da cidade de Asunción, na qual se supunha haver dez mulheres para cada homem, o padre Antonio Ruiz de Montoya, missionário jesuíta, afirmou:
"[...] não tem minas de prata nem de ouro, nem circula dinheiro algum. O comprar e o vender se fazem pela troca de uma coisa por outra. Há, contudo, um gênero inventado de pesos ocos, porque assim são chamados frequentemente os pesos pelos quais se avaliam as coisas; e assim, por um patacão (¹) de oito reais de prata, dão três pesos ocos em frutos da terra, que é muito fértil." (²)
"[...] não tem minas de prata nem de ouro, nem circula dinheiro algum. O comprar e o vender se fazem pela troca de uma coisa por outra. Há, contudo, um gênero inventado de pesos ocos, porque assim são chamados frequentemente os pesos pelos quais se avaliam as coisas; e assim, por um patacão (¹) de oito reais de prata, dão três pesos ocos em frutos da terra, que é muito fértil." (²)
É fácil perceber que, ao declarar inexistentes as minas de ouro e prata, Montoya justificava, por consequência, a falta de dinheiro amoedado em Asunción. Ora, meus leitores, se o Brasil, com um vasto litoral que facilitava o comércio com a Metrópole, fazia do açúcar e de outras mercadorias sua moeda, que dizer, então, do Paraguai, região colonial espanhola situada no interior da América do Sul?
(1) Moeda antiga recunhada.
(2) MONTOYA, Antonio Ruiz de S.J. Conquista Espiritual Hecha por los Religiosos de la Compañia de Jesus. A edição original foi impressa na Espanha em 1639. O trecho citado foi traduzido por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
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