Pedra de moinho |
Indispensável à sedentarização, o desenvolvimento da agricultura, incluindo o cultivo de cereais, tornou possível a existência daquele que é, apesar de suas inúmeras variantes, o mais universal dos alimentos: o pão.
No entanto, havia nômades que também apreciavam um bom pão. Hábeis na pilhagem, faziam ataques repentinos a comunidades sedentárias logo após a colheita; tão rápido quanto haviam chegado, desapareciam, levando consigo o produto de todo um ano de trabalho alheio, e iam fartar-se em algum lugar seguro - seguro para eles, é claro. A defesa contra esses bandos de rapina foi um fator importante, e até decisivo, para que exércitos permanentes e cidades muradas fossem estabelecidos.
Para fazer pão é necessário algum tipo de farinha, e é aí que entraram em cena os moinhos, constituídos, em sua expressão mais singela, por duas pedras, entre as quais o cereal era triturado. Em seguida, a farinha e o farelo deviam ser separados, fosse pelo método rústico de soprar com auxílio do vento ou, já com certa sofisticação, mediante o emprego de algum tipo de peneira.
Pequenos moinhos manuais, de uso doméstico, eram conhecidos desde tempos remotos; pô-los em funcionamento, na maioria das culturas, era uma tarefa de competência das mulheres. Semelhantes àqueles destinados a triturar cereais, havia, principalmente no mundo mediterrânico, moinhos usados para prensar azeitonas, delas extraindo o precioso azeite.
Mais tarde foram desenvolvidos moinhos de maiores proporções, capazes de triturar grande quantidade de grãos. Eram, portanto, compatíveis com a realidade do crescimento urbano, em que fazer pão deixava de ser uma atividade exclusivamente doméstica e ia para a esfera dos estabelecimentos comerciais, que faziam da panificação uma arte, atendendo às grandes cidades do mundo antigo, como Atenas e Roma.
Esses novos moinhos, também feitos, em sua maioria, de pedra, eram movidos costumeiramente por jumentos que trabalhavam com os olhos vendados, enquanto faziam girar, girar e girar o mecanismo (*).
Para concluir, refiro aqui um detalhe penoso. É que ao escravo desobediente, ou que não fazia um trabalho considerado satisfatório, era imposto, em Roma, um castigo estupidamente humilhante: o de ir, também de olhos vendados, substituir o jumento que trabalhava em um moinho.
(*) Há evidência de que moinhos hidráulicos já eram conhecidos na Roma imperial, embora não fossem predominantes.
Veja também:
Estou a pesquiçar um moinho de pedra ao norte de Braga que esté em funcionamento.
ResponderExcluirOlá, Carolina,
ExcluirIsso é muito interessante! Encontrei alguns moinhos de pedra desativados no Brasil. Não conheço nenhum em funcionamento, mas pode ser que exista, e que um dia desses alguém apareça aqui para contar de algum.
Olá pessoal do Blog,sou do sul de Minas,Gonçalves MG.Aqui tem moinho funcionando.Eu mesmo estou montando um
ExcluirInteressante! Gostaria de ver uma foto.
ExcluirOlá TD bem? Sou proprietário de um pleno funcionamento em Bueno Brandão MG a 40 anos.para visualizar entre no meu face.moinho de pedra
ExcluirOlá
ResponderExcluirTenho uma pousada rural na qual ainda tenho um moinho de pedra em funcionamento, que foi deixado pelo meu avô.
Hmmm, muito interessante! Onde é?
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