Corria o ano 808 da fundação de Roma (55 d.C.), quando uma série de "prodígios" deixou atônita a população da capital do Império. Sendo os romanos muito supersticiosos, só podiam supor que tudo prognosticava grandes desgraças.
E que prodígios, afinal, foram esses?
De acordo com Tácito (*):
- Um fogo vindo do céu queimou bandeiras e barracas de um acampamento de soldados;
- Um enxame de abelhas cometeu o atrevimento de ir instalar-se no Capitólio;
- Foram registrados nascimentos de animais com duas cabeças;
- Alguns leitões vieram ao mundo dotados de unhas de águia;
- Como cúmulo das desgraças, nesse malfadado ano morreram vários magistrados (um questor, um edil, um tribuno, um pretor e um cônsul).
Quanta tragédia, não?
As crendices da época e a veloz propagação dos boatos devem ter dado uma contribuição nada desprezível para que alguns dos tais prodígios ganhassem fama de realidade. No entanto, senhores leitores, uma trágica coincidência veio reforçar, na memória dos romanos, a ideia de que 55 d.C. foi mesmo um ano infeliz: embora não integrasse a lista de maus sinais de Tácito, foi o primeiro ano completo sob o governo de Nero (ascendeu ao posto de principal do Império em outubro de 54 d.C.).
(*) Livro XI dos Annales.
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