"O trabalho, ele o tinha como vergonha, pois o poria ao nível do escravo. Prejuízo este, que desde tempos remotos dominava a caipiragem de São Paulo, e se apurava nesse homem, cujo espírito de sobranceira independência havia robustecido a luta que travara contra a sociedade."
José de Alencar, Til
Formalmente, ninguém, em são juízo, ousa negar o valor do trabalho - todo e qualquer trabalho, que dá dignidade ao homem, etc., etc., etc. No Brasil, porém, até por consequência dos séculos de escravidão, ainda há quem imagine que o melhor que pode acontecer a alguém é jamais ter que trabalhar. Outro absurdo é a carência de técnicos qualificados, enquanto o país transborda de diplomas de cursos superiores que, infelizmente, nem sempre vêm acompanhados do saber e competência correspondentes.
Soldados gregos - desenho a partir de um baixo-relevo (*). Militares eram muito valorizados entre os espartanos. |
Parece que essa mania atravessou os séculos e chegou em excelente forma aos nossos dias. Sim, como já disse, no Brasil, tal praga está ligada à existência não muito remota da escravidão, que, ao menos no plano da mentalidade, aviltava o trabalho aos olhos dos homens livres. Uma grande lástima. Apenas pergunto: quanto ainda durará?
(*) ADAMS, W. H. Davenport. Temples, Tombs and Monuments. London: T. Nelson and Sons, 1871, p. 44. A imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog.
(*) ADAMS, W. H. Davenport. Temples, Tombs and Monuments. London: T. Nelson and Sons, 1871, p. 44. A imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog.
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Subscrevo cada palavra!
ResponderExcluirInfelizmente, o problema é quase universal (há exceções) e não parece haver perspectiva de mudança.
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