domingo, 15 de janeiro de 2012

Artefatos curiosos de antigamente - Parte 4

Dando prosseguimento a esta série sobre artefatos curiosos de antigamente, temos aqui dois aparelhos para uso na cozinha.

1. Aparelho para fazer suspiros


Certamente, meus leitores, o aparelho devia bater as claras em neve, das quais seriam feitos os suspiros (os doces, naturalmente!). Pode ser visto no Museu Histórico e Geográfico de Monte Sião (MG).

2. Cafeteira elétrica


Ao longo da década de 20 do século XX a indústria americana lançou no mercado uma infinidade de aparelhos elétricos de uso doméstico. Essa cafeteira elétrica é um bom exemplo disso. Segundo o Museu da Energia de Itu (SP), ao qual pertence, data de 1925.


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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Artefatos curiosos de antigamente - Parte 3

O artefato curioso desta postagem deve ser desconhecido para a maioria dos leitores deste blog. Veja se adivinha o que é...
A primeira foto mostra o objeto todo; a segunda, o detalhe mais importante.




E então, que lhe parece?
Trata-se de um aparelho empregado na preparação de hóstias e, de acordo com o Museu Histórico e da Porcelana de Pedreira (SP), a cujo acervo pertence, era usado em fins do século XVIII e/ou início do XIX.


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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Artefatos curiosos de antigamente - Parte 2

Os artefatos curiosos desta postagem pertencem a um mundo que hoje só existe para turismo: o das locomotivas a vapor que percorriam as antigas estradas de ferro.
O primeiro deles é um lampião de sinalização, utilizado por vigilantes das ferrovias:


Já o segundo, quem adivinha? É um macaco específico para uso com locomotivas a vapor. Ambas as peças pertencem ao acervo do Museu Ferroviário de Jaguariúna.



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domingo, 8 de janeiro de 2012

Artefatos curiosos de antigamente - Parte 1

Nesta pequena série os leitores de História & Outras Histórias farão uma visita virtual a artefatos antigos e curiosos, que nos remetem a um mundo em que a tecnologia, como hoje a entendemos, estava apenas engatinhando. Nem por isso seu estudo deixa de ser instrutivo e, por que não? até divertido.

1. Telefone de parede com manivela


Telefonar já foi muito trabalhoso e, no começo, poucos tinham acesso a um aparelho. Este modelo foi parte de um lote de setenta e cinco aparelhos instalados na cidade de Salto (SP), por volta de 1910. Era colocado na parede e, para que funcionasse, tinha uma manivela a ser acionada. A chamada era feita para uma telefonista que devia completar a ligação. Ah, de acordo com o Museu da Cidade de Salto, o número desse aparelho era 49.

2. Banco de praça na cidade de  Araras (SP), com número de telefone


Se o telefone de Salto tinha apenas dois dígitos, esse banco de praça, da cidade de Araras, relembra a era dos três dígitos. Talvez, discar um número, fosse mesmo bem mais fácil do que digitar um hoje. Já completar a ligação... às vezes, só com muita sorte.


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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Trabalhos que eram feitos por escravos no Brasil

Tem-se às vezes a ideia, pela leitura de obras convencionais de História do Brasil, que os escravos, independente de sua origem ou cor, foram elementos secundários na sociedade enquanto durou a escravidão. No entanto, não poderia haver pensamento mais equivocado. A despeito da condição de subordinados que o trabalho servil lhes impunha, os escravos foram absolutamente decisivos para que o Brasil fosse o que é e como é hoje. Vejamos:

1. Indígenas escravizados mostraram aos brancos (bandeirantes) rotas em direção ao interior, naquilo que, aos olhos dos europeus, parecia somente um oceano temível de florestas impenetráveis.
2. Africanos (chamados "da Guiné") conheciam técnicas de extração do ouro de córregos que ensinaram aos bandeirantes. Sem isso, suas buscas por metal precioso teriam ficado restritas a esgaravatar o solo com pedaços de pau.
Escrava, segundo Thomas Ender (*)
3. A quase totalidade dos trabalhadores nos engenhos de açúcar do período colonial era constituída por escravos. Na prática, portanto, eram eles, em grande parte, que de fato produziam o açúcar que, do Brasil, espalhava-se pelo mundo, como bem o assinalou Antonil.
4. Escravos africanos ou indígenas predominavam entre os remadores das canoas e batelões monçoeiros.
5. Nas bandeiras (que, ao contrário das monções, seguiam principalmente por terra), a matalotagem era, via de regra, carregada por escravos.
6. Nas minas, a maior parte do trabalho era sempre feita por escravos.
7. Antes do início da imigração europeia para o Brasil, praticamente todo o trabalho nas fazendas de café era feito por escravos negros.
8. Trabalhadores escravos ergueram quase todas as construções de edifícios públicos e religiosos durante o período colonial e parte considerável do Império. Desnecessário é dizer que, aquelas dentre essas construções que foram preservadas, são hoje um valioso patrimônio que atrai turistas do mundo inteiro e constituem-se em evidência da capacidade da mão de obra cativa empregada em sua edificação.
9. Lavouras de subsistência eram cultivadas frequentemente com emprego de mão de obra cativa, quer de índios, quer de africanos ou seus descendentes, o que resulta na conclusão de que o alimento que chegava à mesa da população era produto, em grande parte, de trabalho escravo.
10. A maior parte do trabalho doméstico era feito por escravos - ou escravas - porque até mesmo os mais pobres de condição livre consideravam indispensável ter pelo menos um cativo para fazer o trabalho "sujo e pesado".

Escravos, segundo Thomas Ender (*)
Fica, pois, estabelecida aqui, a enorme contribuição dada pelos escravizados, fossem de origem indígena ou africana, ainda que a lista acima seja apenas parcial. Por outro lado,  leitor, tudo isso contribuiu para a formação do conceito errôneo de que trabalhar era coisa de escravo, o que redundou em severas consequências na sociedade brasileira, até mesmo a longo prazo. Embora o tema central fosse outro, já abordei a questão na postagem  "Do desprezo pelo trabalho ao orgulho profissional: uma proposta de revolução no ensino técnico". Creio que vale a pena refletir sobre o assunto.

(*) Os originais pertencem ao acervo da Biblioteca Nacional; as imagens foram editadas para facilitar a visualização neste blog.


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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Já licenciou seu carro de bois?

Placas de licenciamento
de carros de bois (²)
Todo ano é a mesma coisa: paga-se o IPVA e, depois, no mês correspondente ao emplacamento, é preciso licenciar o automóvel. Com isso, há quem maldiga os dias de hoje, cheios de impostos e burocracia, como se esses fenômenos fossem exclusivos do século XXI - Não são!
Pode acreditar, leitor, licenciamento não é coisa nova. O que aconteceria se você tivesse, antigamente, digamos, um carro de bois?
Graças à FMB (¹), você estaria isento do IPVA, mas, em muitos lugares, estaria ainda obrigado a licenciar o veículo, para que seu carro de bois pudesse circular livremente pelas vias públicas. E isso até tempos mais ou menos recentes.
Duvida? Veja as fotos e tire suas próprias conclusões.


Placa de licenciamento instalada em um carro de bois (²)

(1) FMB - Força Muscular Bovina.
(2) As placas e o carro de boi emplacado pertencem ao acervo do Museu Histórico e Geográfico de Monte Sião, MG.


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domingo, 1 de janeiro de 2012

Uniformes esportivos no início do Século XX - Parte 3

Nesta terceira e última postagem da série "Uniformes Esportivos no Início do Século XX" veremos algumas fotos curiosas, tanto por modalidades que hoje são relativamente pouco praticadas no Brasil (os três primeiros casos), quanto por uniformes que, para nossos padrões, seriam muito estranhos (o último).

8. Pelota - Já teve uma certa popularidade, mas hoje fica restrita quase exclusivamente a grupos de imigrantes e seus descendentes.

Grupo de praticantes de pelota em São Paulo (¹)

9. Hóquei - Disputado, como a foto mostra, na modalidade de patins de quatro rodas.

Equipe de hóquei do C. A. Paulistano (²)

10. Luta Greco-romana - Esporte muito antigo e extremamente popular em alguns países, já despertou muito interesse no Brasil, mas perdeu espaço para outras lutas, embora ainda chame a atenção como modalidade olímpica.

Competidores brasileiros e estrangeiros praticando luta greco-romana (³)

11. Basquetebol - Sim, leitores, os atletas das modalidades 8, 9 e 10 não chegam a chamar a atenção pelos uniformes. Mas este caso... O basquetebol é extremamente popular no Brasil, tanto nas quadras escolares como pelas equipes profissionais, mas essas meninas que disputaram uma partida em  1919 destacam-se pelos "uniformes" (embora a foto não revele, os dois times tinham cores diferentes: preto e branco e verde e branco) e pelo resultado final, já que o jogo terminou empatado (o que não acontece pelas regras atuais), na contagem de 3 a 3!

Imagens de um jogo feminino de basquetebol (⁴)

(1) A CIGARRA, 1º de maio de 1919.
(2) A CIGARRA, 30 de janeiro de 1918.
(3) A CIGARRA, segundo número de maio de 1920.
(4) A CIGARRA, 1º de setembro de 1919.


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