Indígenas do Brasil foram (e são) notáveis na arte da cestaria. Não precisavam (precisam) de mais recursos que aqueles que podiam (podem) encontrar perto de onde viviam (vivem). Jean de Léry (¹), por exemplo, afirmou que palha de milho (²), além de outros materiais, era usada por indígenas que conheceu no Rio de Janeiro em meados do Século XVI, resultando em cestos de tamanhos variados e de aspecto delicado.
Bernardo Guimarães, em Histórias e Tradições da Província de Minas Gerais, coloca uma de suas personagens, a índia Jupira, envolvida com a arte da cestaria: "Jupira estava sentada à sombra de uma canjerana ainda nova, de folhagem mui viçosa e cerrada, que dava fresquíssima sombra. Estava tecendo um cabaz de palhas de buriti, enquanto sua mãe, índia algum tanto idosa, a alguns passos de distância moqueava um gordo e grande tiú." Façam disso um cenário, leitores, onde inserir o que se pode ver aqui: fotos de trabalhos em cestaria (³), feitos por povos indígenas do Brasil.
Trabalho em cestaria da etnia tukano |
Trabalho em cestaria da etnia Kayapó |
Trabalho em cestaria da etnia yanomami |
(1) Protestante francês que em 1557 esteve na chamada França Antártica, fracassada tentativa francesa de colonização no Rio de Janeiro.
(2) Essa afirmação de Léry quanto ao emprego de palha oferece uma informação interessante em relação à polêmica que envolve a época a partir da qual passou a haver o conhecimento e cultivo de milho por indígenas do Brasil.
(3) Todas as amostras de cestaria incluídas nesta postagem pertencem ao Memorial dos Povos Indígenas, que tem um acervo notável. Quando forem a Brasília, leitores, não deixem de visitar.
(3) Todas as amostras de cestaria incluídas nesta postagem pertencem ao Memorial dos Povos Indígenas, que tem um acervo notável. Quando forem a Brasília, leitores, não deixem de visitar.
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