segunda-feira, 18 de maio de 2015

Inflação e deflação

Inflação é uma palavra capaz de produzir calafrios - a maior "oferta" de moeda no mercado provoca uma elevação correspondente nos preços. Muito governo já veio abaixo, mundo afora, porque a população não tolerava mais o caos inflacionário. 
Um dos mais drásticos exemplos de inflação vem de fins do Século XV e parte do Século XVI. A famosa Revolução dos Preços, ocorrida na Europa, e em particular na Espanha, decorreu da farta entrada de metal precioso proveniente das terras há pouco descobertas na América. Em tempos de Mercantilismo, maior disponibilidade de ouro e prata significava mais dinheiro circulando e, portanto, era possível pedir mais pelas mercadorias disponíveis. Os preços subiram. Terrivelmente.
Menos comum é o fenômeno da deflação: há tanta mercadoria à disposição dos potenciais compradores que, com uma dada quantidade de dinheiro, é possível adquirir muito mais. Foi o que aconteceu no Império Assírio, nos dias do rei Assurbanípal (Século VII a.C.). Os belicosos assírios fizeram guerra contra povos árabes. Vitoriosos, arrastaram consigo uma multidão de prisioneiros, que acabaram escravizados. Espantosa, porém, foi a quantidade de camelos capturados. Eram tantos, tantos, tantos, que, no mercado assírio, o preço de um desses animais reduziu-se a um terço do que era praticado anteriormente. Um caso notável de deflação, portanto.


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