sexta-feira, 8 de maio de 2015

Guerra tecnológica na Antiguidade

Arquimedes de Siracusa - um só homem pode fazer toda a diferença


No contexto das Guerras Púnicas (Roma contra Cartago), os romanos sitiaram Siracusa, pois esta se aliara aos cartagineses. Habituados a massacrar adversários com alguma facilidade, desta vez os romanos perceberam que tinham, pela frente, um autêntico desafio. Não, os siracusanos não eram melhores soldados, não tinham melhores generais que os romanos, nem tampouco tinham embarcações mais eficientes. Como os próprios romanos perceberam, a grande capacidade de Siracusa em resistir ao cerco estava nas infernais máquinas de guerra projetadas, ao que parece, por um único homem: Arquimedes.
Por certo os senhores leitores já devem ter ouvido falar dele em aulas de matemática e física (lembram-se?...). À época da guerra contra os romanos, Arquimedes era, já, um homem bastante idoso, mas ainda capaz de aliar conhecimento teórico à tarefa eminentemente prática de inventar e construir máquinas que frustravam, vez após vez, os intentos dos inimigos de Siracusa. Todas as máquinas de guerra que os romanos tinham por hábito empregar, eram neutralizadas por outras, que o velho genial inventava. Segundo todas as aparências, enquanto Arquimedes vivesse, as muralhas de Siracusa estariam muito bem protegidas.
Sabemos, por relato de Políbio de Megalópolis, que após oito meses de esforços inúteis, os cônsules romanos Marcelo e Ápio decidiram tentar outra tática: isolar Siracusa para que não recebesse qualquer ajuda de fora da cidade. Ápio ficou encarregado de, por terra e mar, impedir que os siracusanos recebessem ajuda externa, enquanto que os homens comandados por Marcelo trataram de inutilizar os campos adjacentes para a agricultura. 
Afinal, depois de dois anos, os romanos conseguiram vencer Siracusa. Queriam Arquimedes vivo - respeitavam-no e imaginavam ser possível tê-lo a seu serviço. Embora as narrativas do fato sejam um pouco contraditórias quanto aos detalhes, considera-se que Arquimedes foi morto por um soldado romano que não o reconheceu e que se mostrou impaciente com aquele ancião que não dava a menor importância às suas ordens. Se foi assim, ao menos o grande inventor terá escapado à humilhação de ver-se prisioneiro dos inimigos que, de forma tão inteligente e resoluta, havia combatido.


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