domingo, 12 de fevereiro de 2012

Por que os povos da Antiguidade faziam tantas guerras

Uma vez alguém me perguntou por que os povos antigos viviam brigando uns com os outros. Ora, não eram apenas os antigos que faziam isso... Mas é verdade que, se hoje as guerras são geralmente vistas como um grande mal, devendo, tanto quanto possível, ser evitadas, já houve épocas em que eram encaradas como uma coisa rotineira, sendo pouco provável que alguém passasse pela vida sem estar, voluntariamente ou não, envolvido em várias delas. Aliás, era enorme a probabilidade de se morrer em combate ou por razões colaterais às guerras. Por que, afinal?
A lista de razões poderia ser bem grande, mas vão aqui algumas delas, mais com o propósito de induzir meus pensantes leitores a algumas reflexões que propriamente com a ideia dar uma palavra final ao assunto. Mas vejamos:
a) As guerras dos antigos tinham, muitas vezes, o objetivo de tomar a outros povos territórios que eram considerados mais favoráveis à agricultura, com melhores recursos hídricos ou que sabidamente contivessem riquezas minerais que pudessem ser exploradas;
b) Também se guerreava para, vencendo o inimigo, obrigá-lo ao pagamento de pesados tributos;
c) Por vezes, precisando de mão de obra extra, a guerra era feita com o intuito de escravizar os derrotados;
d) Quando se sabia que um monarca havia entesourado grandes riquezas, podia-se fazer guerra para saquear suas propriedades;
e) Motivos religiosos eram frequentemente invocados para justificar a guerra, na tentativa de mostrar que a(s) divindade(s) de determinado povo era(m) mais poderosa(s) que a(s) de outro;
f) Os líderes, muitas vezes cultuados como divindades, viam-se na obrigação de mostrar, pelas vitórias alcançadas em combate, que eram seres verdadeiramente superiores (é claro que o tiro podia sair pela culatra, ainda que tiros, na antiguidade, tivessem um significado muito diferente do atual);
f) Além disso, ia-se à guerra por razões estratégicas, julgando-se que tomar a iniciativa no combate era, pelo menos em termos de moral, uma vantagem militar.
Como veem meus leitores, nada muito diferente, no fim das contas, das razões que levam os civilizados povos de hoje a se engalfinharem, na suposição de que alguma vantagem será obtida, comprometendo gerações de jovens, infraestrutura, suprimentos e os muitas vezes escassos orçamentos de que dispõem os Estados. Que coisa inteligente!


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