sexta-feira, 1 de março de 2024

Arruaças estudantis em universidades medievais

Estudante do Século XIV (*)
Em geral, os estudantes que ingressavam em universidades medievais eram mais jovens do que são quase todos os calouros de hoje - não era incomum que meninos de quatorze ou quinze anos fossem admitidos na supostamente rígida vida estudantil da época. De qualquer modo, quem começava seus estudos universitários precisava dominar plenamente a língua franca - o latim - não apenas para falar e ouvir o que diziam os professores, como também para ler e escrever. Assim, muitas instituições medievais recebiam alunos de diferentes países, mas o estudo e convivência eram possíveis porque, para todos, havia a exigência de uso do latim.
Salas de estudo não eram lugares confortáveis. Eram, muitas vezes, espaços frios, e nem sempre havia cadeiras e mesas adequadas ao estudo. Em alguns lugares, os alunos precisavam sentar-se no chão, mesmo durante o inverno. Como ainda não existiam os livros impressos e os livros manuscritos eram caríssimos, muito da aprendizagem estava centralizada na memorização do que se ouvia nas aulas e do que se podia ler em bibliotecas. E, além de tudo, no regimento de muitas universidades eram previstos castigos físicos para os estudantes desobedientes que ainda não fossem considerados adultos.
Apesar disso, são inúmeros os relatos de arruaças promovidas por estudantes. Há registros de rebeliões estudantis em Oxford, Paris, Leipzig e muitas outras universidades. E, para provar que esses motins não eram apenas ocasiões para fazer barulho ou gritar palavras de ordem, basta lembrar que nas taxas que os estudantes admitidos na universidade de Bolonha deviam pagar, estava incluída aquela que garantia a devida reparação de janelas que, eventualmente, fossem quebradas em festas... 

(*) Cf. ARIA et ANDERSON. Costume: Fanciful, Historical and Theatrical. London: Macmillan and Co., 1906. A imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog. 


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