Quem tem mais valor: diamantes ou pedras para construção?
Pedras usadas em construções devem ser fortes, resistentes, não devem se desfazer facilmente. Será ótimo, também, se forem de baixo custo. Diamantes - ninguém pensaria em usá-los na construção civil ou em fortificações, nem têm eles dimensões para isso - são caríssimos. Ninguém dá muita importância à notícia da descoberta de um local de onde podem ser extraídas pedras para construção. Quanto aos diamantes, uma nova jazida que se encontra pode resultar em falatório por muito tempo.
Filipe Patroni, autor do Século XIX, tomou o partido das pedras de cantaria, ao falar de uma antiga lavra de diamantes que fora abandonada:
Pedras usadas em construções devem ser fortes, resistentes, não devem se desfazer facilmente. Será ótimo, também, se forem de baixo custo. Diamantes - ninguém pensaria em usá-los na construção civil ou em fortificações, nem têm eles dimensões para isso - são caríssimos. Ninguém dá muita importância à notícia da descoberta de um local de onde podem ser extraídas pedras para construção. Quanto aos diamantes, uma nova jazida que se encontra pode resultar em falatório por muito tempo.
Filipe Patroni, autor do Século XIX, tomou o partido das pedras de cantaria, ao falar de uma antiga lavra de diamantes que fora abandonada:
"O rio das Mucaúbas [sic] é também adamantino, e a administração nacional do Tejuco [sic] ali teve noutros tempos um serviço de diamantes; não dando porém grandes vantagens, foi abandonado e entregue aos cuidados de quem quisesse ter o enfadonho trabalho de procurar aquelas pedrinhas, cuja utilidade é, sem contestação alguma, menor do que a de um lajedo ou pedra de cantaria, que serve para fazer casas e cômodas habitações [...], enquanto que o diamante serve só para luzir aos olhos de quem o enxerga, e não dá por conseguinte utilidade a quem é cego. [...]" (*)Patroni talvez estivesse errado. Diamantes têm, para muita gente, um encanto quase místico. Imagina-se que quem os pode usar em joias ganha em beleza. Talvez por isso, são muito lucrativos. Ninguém andaria à cata dessas pedrinhas brilhantes se não fosse pelo retorno que oferecem. Nisso reside toda a questão.
(*) PARENTE, Filipe Alberto Patroni Martins Maciel. A Viagem de Patroni Pelas Províncias Brasileiras 2ª ed. Lisboa: Typ. Lisbonense, 1851, p. 31.
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