segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Sobre a harmonia na música e a paz em uma cidade

Marco Túlio Cícero (³)
É possível manter paz e harmonia entre cidadãos de um determinado lugar, a despeito da diversidade de opiniões e das divergências de interesses? Marco Túlio Cícero (¹), político e orador famoso em Roma no século I a.C., achava que sim, era possível, desde que uma condição fosse alcançada:
"Aquilo que no canto os músicos chamam harmonia é, na cidade, a concórdia [entre os cidadãos], vínculo máximo nas questões públicas, mas impossível de ser mantido sem justiça." (²)
Por "cidade", Cícero entendia, provavelmente, a cidade-Estado, ou, ao menos, uma cidade com bastante autonomia, que, como quase toda unidade política, seria formada por camadas sociais desiguais. Assim, se admitida a comparação da harmonia na sociedade à harmonia entre cantores, provavelmente deveríamos esperar que o político fosse alguém capaz de reger o Estado como um regente de coro, extraindo concórdia, por meio da justiça, mesmo na desigualdade. Que tal a ideia de Cícero? 

(1) 106 a.C. - 43 a.C. 
(2) CÍCERO, Marco Túlio. De re publica, c; 51 a.C. O trecho citado foi traduzido por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias
(3) Cf. HEKLER, Anton. Die Bildniskunst der Griechen und Römer. Stuttgart: Julius Hoffmann, 1912, p. 161. A imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog.


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