As áreas agricultáveis nos arredores da Babilônia eram repletas de canais de irrigação. Assim é que a água do Eufrates chegava aos campos, permitindo colheitas de cereais, principalmente trigo e cevada, "de duzentos por um, chegando mesmo a trezentos, em safras excepcionalmente boas", segundo afirmou Heródoto no Livro I de suas Histórias. Descontando algum exagero de nosso informante, a irrigação favorecia uma produção elevada, capaz de sustentar a população de toda a área. Dos campos vinham também frutas, com destaque para a produção de tâmaras.
Pode-se imaginar a intensa atividade aí existente. Contudo, os agricultores, parando às vezes suas tarefas para descansar por um instante, podiam ver, a alguma distância, barcos que desciam o rio, rumo à linda Babilônia. Notem, leitores, não eram barcos comuns os que observavam, e sim embarcações redondas, feitas de couro, com armação de salgueiro. É ainda Heródoto quem diz: "Os barcos são controlados por dois remos usados por homens em pé [...], havendo barcos muito grandes e outros menores [...]." (¹)
Esses barcos somente serviam para descer o rio; comerciantes, quando chegavam à Babilônia, entregavam suas mercadorias, desfaziam-se da armação das embarcações e, carregando os couros em jumentos (²), faziam por terra a viagem de volta.
(1) HERÓDOTO. Histórias, Livro I. Os trechos citados foram traduzidos por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
(2) De acordo com Heródoto, cada barco conduzia ao menos um jumento, a fim de ter quem carregasse o couro no retorno. Se o barco fosse grande, deveria ter número compatível de animais de carga.
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