A fase inicial da colonização do Brasil ocorreu, senão em exclusividade, ao menos predominantemente no litoral (¹). Aos poucos, porém, a exploração do interior foi acontecendo, até porque a busca por metais preciosos o exigia.
Assim, foi no interior do Brasil que os exploradores de origem europeia vieram a encontrar um tipo de vegetação em grande parte arbustiva, com árvores não muito altas e de troncos retorcidos. Já no Século XIX, o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire descreveu-as como "...árvores esparsas, enfezadas, tortuosas, de cascas encortiçadas, com folhas duras e quebradiças." (²)
Tratava-se, como devem ter notado os leitores, do cerrado, uma forma de savana encontrada no Brasil (³). Podia ser visto, por exemplo, no território dos atuais Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, parte de Minas Gerais e de São Paulo, tendo o mesmo Saint-Hilaire referido, quanto a uma área nas proximidades de Sorocaba:
"...encontramos um campo, onde, em meio de ervas e de subarbustos, elevam-se, umas bem juntas das outras, árvores definhadas, de casca suberosa, com folhas duras e quebradiças..." (⁴)
(1) A Capitania de São Vicente foi, nesse quadro, uma exceção.
(2) SAINT-HILAIRE, A. Segunda Viagem a São Paulo e Quadro Histórico da Província de São Paulo. Brasília: Ed. Senado Federal, 2002, p. 47.
(3) Outra forma de savana, também encontrada no Brasil, é a caatinga.
(4) SAINT-HILAIRE, A. Op, p. 201.
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