Ao contrário do que alguns imaginam, a Babilônia, conquistada por um vasto exército sob a liderança dos persas em 539 a.C., não virou poeira instantaneamente. Perdeu importância política, é fato, mas era, ainda, bela e admirada, e, a despeito de algumas rebeliões contra dominadores estrangeiros, os sábios que nela havia, peritos em investigar o céu, puderam, por muito tempo e sem grandes perturbações, continuar em seus afazeres, um misto de ciência e superstição, à moda da Antiguidade. Assim, a grande cidade foi definhando aos poucos, de tal modo que, no Século I a.C., Plínio, o Velho, pôde escrever, sobre as construções pelas quais era famosa: "Ainda permanece o templo de Bel, inventor da ciência do céu (¹), porém tudo o mais caiu no abandono [...]." (²)
Contudo, durante algum tempo a região conservou certa importância econômica, ainda que, passo a passo, a população declinasse, com o crescimento de outros centros urbanos não muito distantes. Os romanos, apaixonados por tudo quanto era exótico, não desdenhavam a qualidade das roupas tecidas segundo uma técnica originária da Babilônia. Depois de afirmar a crença geral de que bordados com agulha haviam sido invenção dos frígios, Plínio referiu que "[...] tecer cores diferentes, formando um desenho, foi invenção dos babilônios, e, por isso, esse processo é celebrado com seu nome" (³). Nem mesmo alguma lei suntuária seria capaz de impedir o uso de trajes tão refinados.
O correr dos séculos se encarregou de juntar poeira e entulho sobre o que restara da Babilônia que, abandonada e esquecida, só acordou no Século XIX do sono em que fora prostrada, quando arqueólogos deram com ela e, com algum esforço, foram capazes de identificá-la, deslumbrando o mundo instruído com o que ainda podia ser encontrado de suas antigas maravilhas.
Contudo, durante algum tempo a região conservou certa importância econômica, ainda que, passo a passo, a população declinasse, com o crescimento de outros centros urbanos não muito distantes. Os romanos, apaixonados por tudo quanto era exótico, não desdenhavam a qualidade das roupas tecidas segundo uma técnica originária da Babilônia. Depois de afirmar a crença geral de que bordados com agulha haviam sido invenção dos frígios, Plínio referiu que "[...] tecer cores diferentes, formando um desenho, foi invenção dos babilônios, e, por isso, esse processo é celebrado com seu nome" (³). Nem mesmo alguma lei suntuária seria capaz de impedir o uso de trajes tão refinados.
O correr dos séculos se encarregou de juntar poeira e entulho sobre o que restara da Babilônia que, abandonada e esquecida, só acordou no Século XIX do sono em que fora prostrada, quando arqueólogos deram com ela e, com algum esforço, foram capazes de identificá-la, deslumbrando o mundo instruído com o que ainda podia ser encontrado de suas antigas maravilhas.
(1) Astronomia, que, para os antigos babilônios, era também astrologia.
(2) PLÍNIO, o Velho. Naturalis Historia, Livro VI.
(3) Ibid., Livro VIII. Os trechos aqui citados foram traduzidos por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
Veja também:
Marta, parece que modernas descobertas arqueológicas atribuem o declínio da Babilónia a factores como o clima, principalmente secas extensas e sismos. Tem alguma informação acerca disto ?
ResponderExcluirUm bom final de semana :)
É verdade, é não só no caso da Babilônia. Basta ver quantas cidades e até civilizações da Mesopotâmia foram lentamente soterradas por areia que ia se acumulando por ação do vento. No caso específico da Babilônia, no entanto, um fator importante (e não diretamente climático) foi o declínio populacional decorrente da migração para novos núcleos urbanos. Aí, contudo, entra o fator ambiental, porque as novas áreas urbanas eram, por esse tempo, consideradas mais propícias ao cultivo.
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