As conquistas militares de Roma abriram as portas para o comércio em larga escala. A produção dos mais variados lugares afluía à capital do Império. Embarcações que cruzavam o Mediterrâneo se encarregavam de trazer enorme variedade de mercadorias, sem desconsiderar o transporte terrestre, também muito praticado. Mesmo regiões que estavam fora do alcance das armas de Roma acabavam, de algum modo, se relacionando com o Império através do comércio. Floro (¹), um contemporâneo do imperador Adriano, escreveu, no livro IV de Epitome rerum Romanarum, que indianos, em uma viagem até Roma, teriam levado quatro anos. Sua chegada provocou certo alvoroço, pelo interesse no que traziam: pérolas e elefantes (²).
Dama romana não identificada (³) |
De onde vinha tanta riqueza? As conquistas militares explicam parte desse fenômeno, porque foram decisivas para abrir, até pela força, em certos casos, rotas comerciais que possibilitavam o afluxo de artigos de luxo para a grande capital da época. Acrescente-se que era a capacidade militar de Roma que assegurava, em última análise, a paz que permitia a prática do comércio, e ter-se-á um quadro, simplificado, é fato, mas suficiente para o entendimento da relação existente entre as grandes conquistas militares, o desenvolvimento e manutenção de rotas de comércio e a vaidade das damas romanas (⁴). São capazes, leitores, de estabelecer alguma analogia com a atualidade?
(1) Aneu Floro viveu entre os Séculos I e II.
(2) Cf. FLORO, Aneu. Epitome rerum Romanarum, Livro IV.
(3) Cf. HEKLER, Anton. Die Bildniskunst der Griechen und Römer. Stuttgart: Julius Hoffmann, 1912, p. 237. A imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog.
(3) Principalmente nos Séculos I e II, sem exclusão de outras épocas.
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