quinta-feira, 9 de junho de 2022

De que se ocupavam os homens espartanos

A atividade econômica mais importante (e quase a única) em Esparta era a agricultura. Mas não pensem, leitores, que esparciatas punham "a mão na massa". Competia aos hilotas o trabalho na terra, segundo Plutarco (¹), autor de uma biografia de Licurgo (²): "Quanto à agricultura, os escravos [dos espartanos] é que se ocupavam de lavrar o solo e fazer as colheitas. A produção equivalente ao que cabia a cada esparciata era posteriormente entre eles distribuída" (³).
Os hilotas, designados como escravos porque estavam sujeitos a trabalho compulsório, não constituíam, porém, mercadoria que se pudesse comprar ou vender. Talvez a designação de servos fosse mais adequada, porque estavam ligados à terra. Eram descendentes de antigos habitantes da Lacônia - de acordo com Tucídides, descendiam dos aqueus, mais precisamente. Sua condição de vida era péssima, e os espartanos não perdiam oportunidade de torná-la ainda mais miserável.
Não se pode, então, evitar uma pergunta: se a economia de Esparta estava fundamentada na agricultura, e se eram os hilotas que cultivavam o solo, o que é que faziam os homens adultos livres, também chamados esparciatas?
A guerra era o sumo propósito da vida de um esparciata. Portanto, de conformidade com Plutarco, "quando não estavam na guerra, [os homens espartanos] usavam o tempo se exercitando. Para cuidar do corpo, corriam e saltavam. Também praticavam a caça e se reuniam para deliberações, mantendo sempre um comportamento sisudo e respeitoso" (⁴). 
A entrada na vida política da cidade-Estado se fazia quando o jovem guerreiro, tendo demonstrado sua capacidade nos combates, completava trinta anos: "Quanto aos jovens, não lhes era permitido vir ao local de deliberações e conversar em público. Nem mesmo podiam comparecer às assembleias de cidadãos com os homens mais velhos, a não ser que já tivessem trinta anos" (⁵).

(1) c. 45 - 125 d.C.
(2) Legislador espartano semilendário.
(3) PLUTARCO, Vitae parallelae. O trecho citado foi traduzido por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
(4) Ibid.
(5) Ibid.


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