A chamada "conquista da América" foi rápida, se considerarmos que espanhóis eram poucos em número e tiveram de enfrentar, em alguns casos, verdadeiros impérios. Há, para isso, várias explicações, que se complementam. Aqui estão algumas delas:
- Os "conquistadores" atacavam de surpresa;
- Usavam armas de fogo, que davam uma vantagem acentuada, não só pela letalidade, mas porque permitiam atacar sem contato físico direto, de tal modo que, às vezes, os indígenas sequer sabiam de onde os tiros partiam;
- Cavalos, até então desconhecidos no Continente Americano, asseguravam deslocamento rápido e funcionavam como um fator poderoso de intimidação;
- Tinham o "trabalho" facilitado pelas doenças que, mesmo sem intenção, propagavam entre os indígenas, que, sem qualquer imunidade contra elas, morriam em massa;
- Em alguns casos, conseguiam tirar proveito das crenças religiosas locais, que admitiam a aparição de deuses;
- Fomentavam e tiravam partido das rivalidades entre diferentes grupos indígenas;
- Finalmente, de acordo com o dominicano frei Bartolomé de las Casas, heroico defensor dos indígenas no Século XVI, espanhóis usavam o terror como arma de grande eficácia: "Sempre foi determinação em todas as terras em que entraram os espanhóis, a saber, fazer uma matança cruel e assinalada, para que aquelas ovelhas mansas [os índios] ficassem amedrontadas" (*).
Coincidência ou não, alguns desses expedientes foram usados, em certos casos, na colonização do Continente Africano, evidência de que, na perspectiva dos "conquistadores", funcionavam mesmo.
(*) LAS CASAS, Bartolomé de. Brevísima Relación de la Destrucción de las Índias. O trecho citado foi traduzido por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
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