Venda de instrumentos musicais em São Paulo, 1867 (⁶) |
"Guida sentou-se ao piano e começou a preludiar. Não tardou que o Guimarães se aproximasse, atraído pelo imã, e bordasse sobre o tema da música uma dessas falas que parecem um crochê de palavras de diversas cores." (José de Alencar, Sonhos d'Ouro)
"A única consolação que tive foi vê-la correr para o piano, e ouvi-la cantar as seguintes e outras quadrinhas musicadas no gosto nacional:
Menina solteira
Que almeja casar,
Não caia em amar
A homem algum;
Nem seja notável
Por sua esquivança,
Não tire a esperança
De amante nenhum. (Joaquim Manuel de Macedo, A Moreninha)
"Eugênia não compreendeu o que os dois haviam dito. Voltou os olhos para o piano, com uma expressão de saudade. Com a mão esquerda, assim mesmo de pé, extraiu vagamente três ou quatro notas das teclas suas amigas." (Machado de Assis, Helena)
Anúncio de loja de pianos em São Paulo, 1903 (⁷) |
Harmônicas, 1916 (⁸) |
A ampliação da cafeicultura, com sua inevitável demanda por mão de obra, favoreceu a ocorrência de outro fenômeno, o da imigração europeia. Muita gente vinha para trabalhar, trazendo na bagagem uma rica tradição musical. Em momentos de lazer, de festas cívicas ou de devoção, as habilidades no canto ou na execução de algum instrumento eram postas em uso. Vejam, portanto, que notável amálgama estava em processo na música brasileira.
Outro anúncio de loja de pianos em São Paulo, 1907 (⁹) |
(1) As primeiras ferrovias implantadas no Século XIX eram chamadas "caminhos de ferro".
(2) Para quem toca piano, não preciso explicar o que isso significa. Para os demais, recomendo encontrar um professor e começar as aulas agora mesmo.
(3) O "Oeste paulista" da cafeicultura não corresponde ao Oeste geográfico da Província e, depois, Estado de São Paulo.
(4) Uma tabela de 1866, estabelecida pelo Governo Provincial, determinava a cobrança de 112 mil réis "por tonelada métrica" para o transporte de pianos nas ferrovias paulistas.
(4) Uma tabela de 1866, estabelecida pelo Governo Provincial, determinava a cobrança de 112 mil réis "por tonelada métrica" para o transporte de pianos nas ferrovias paulistas.
(5) Em minha opinião, há lugar e hora para tocar e cantar, assim como para ouvir. Não há necessidade de eliminar alguma dessas coisas.
(6) CORREIO PAULISTANO, 5 de
fevereiro de 1867.
(7) VIDA PAULISTA, Ano I, nº 4, 3 –
4 de outubro de 1903.
(8) O ECHO, Ano XV, nº 4, outubro
de 1916.
(9) A VIDA MODERNA, Ano II, nº 29 – 30, 25 de dezembro de 1907.
(9) A VIDA MODERNA, Ano II, nº 29 – 30, 25 de dezembro de 1907.
Veja também:
Aqui em casa não está em declínio, porque o Pedrinho está a aprender piano. Sempre que é dia de praticar, é dia de terapia para mim. Não diria que é romântico, mas um bálsamo para a alma...
ResponderExcluirBeijinho Marta.
Ruthia d'O Berço do Mundo
Hmmm, toco um pouco de piano desde criança, embora meu instrumento seja o violino. Por aqui também tem gente pequena aprendendo piano (minha sobrinha, que é muito talentosa), mas estou longe de achar que suas lições sejam um bálsamo - nem para a alma e nem para os ouvidos (muito menos). Portanto, ou o Pequeno Explorador é um novo Mozart, ou essa ideia é conversa de mãe rsrsrssss...
Excluir