quinta-feira, 27 de abril de 2017

O papel das invenções e descobertas na Revolução Industrial

Ao longo do Século XVIII e primeira metade do Século XIX ocorreram notáveis invenções e descobertas, que favoreceram o desenvolvimento da industrialização e da urbanização. Vejam, leitores, apenas alguns exemplos, que podem ser citados dentre muitos outros:


É preciso lembrar, todavia, que as inovações tecnológicas e descobertas científicas não foram, por si mesmas, a Revolução Industrial, embora tenham ajudado a construir o cenário em que ela aconteceu. Além disso, ao longo do tempo, foram decisivas em oferecer dinamismo ao processo. Primariamente, a grande mudança que merece, de fato, o nome de "revolução", consistiu em reunir muitos tecelões que trabalhassem em um só lugar, na condição de assalariados, não como artesãos autônomos. Os teares ainda eram os mesmos, mas já não pertenciam aos trabalhadores. As inovações graduais, com o emprego de maquinário a vapor e de novas máquinas de fiar com uma capacidade enorme de produção, resultaram em quantidade crescente de tecidos, para atender à demanda interna da Inglaterra, e também para exportação. Os proprietários das fábricas, que investiam em instalações, maquinário e pagavam os salários dos operários, lucravam cada vez mais. Já a situação da massa de trabalhadores não era muito boa.
Havia, por certo, artesãos teimosos que tentavam resistir, mantendo sua produção artesanal em casa ou em oficinas próprias, quando as fábricas já eram uma realidade. Acabariam economicamente esmagados, é claro - como concorrer com a produção industrial, superior em quantidade e qualidade, e com preços muito mais interessantes para quem comprava?
As tecelagens foram o começo, mas a Revolução Industrial abarcou, aos poucos, outros setores de produção. Passou da Inglaterra à Europa Continental. Atravessou o Atlântico e chegou à América do Norte. A concorrência sempre crescente estimulava a inovação, tanto para conquistar como para evitar a perda de mercados. E continua a ser assim até hoje. 
Para concluir, façamos um pequeno experimento mental, que nos ajudará a entender o impacto das invenções e descobertas a partir do Século XVIII. Imaginem, leitores, que fosse possível a um homem, que houvesse morrido por volta do ano 1100 em algum lugarejo da Europa Ocidental, ressuscitar no ano 1300. Salvo umas poucas diferenças, o sujeito não veria grande mudança em relação ao mundo que conhecera. Agora, pensem na mesma situação, para alguém que morresse em 1700 e ressuscitasse dois séculos mais tarde, ou seja, por volta de 1900 - seria enorme a probabilidade de que tão (des)afortunada criatura julgasse estar em outro planeta, concordam? 

(*) A máquina a vapor não tem um “pai” só; a ideia, em si, nasceu na Antiguidade.
(**) Vários outros trabalhos nesse sentido aconteceram antes que o método de Jenner se mostrasse eficaz.
(***) Essas pesquisas, fundamentais para o desenvolvimento no campo tecnológico, ocorreram entre os Séculos XVIII e XIX.


Veja também:

2 comentários:

  1. O mundo muda a uma velocidade vertiginosa, Marta, de tal forma que tende a galgar as fronteiras das nossas próprias necessidades, criando novas questões: que fazer com os milhões desnecessários à produção, implicando grandes custos sociais?
    Este é um debate pertinente, não acha?

    Uma boa semana :)

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    Respostas
    1. É certo que sim! À margem da produção e também do consumo, com todas as implicações que já são conhecidas, realimentando uma lógica terrível que, em algum momento, acabará em ruptura. O que acontecerá em seguida? Não sei, mas acho que não levará muito tempo para que tenhamos um resposta...

      Tenha uma ótima semana!

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