terça-feira, 5 de outubro de 2021

Obsoletos

Estas coisas foram vistas em uma caçamba, diante de uma loja em que se vendem e consertam equipamentos de informática:


Eram restos mortais de computadores, impressoras, monitores, scanners, e mais equipamentos afins. Alguns inteiros, outros desmontados, todos obsoletos, a caminho da reciclagem (¹). A revolução da informática se fez acompanhar de uma incrível perícia em gerar obsolescência e novas necessidades. Não é impossível que aquele celular caríssimo, que algum de vocês, leitores, comprou há pouco mais de um mês, pareça ultrapassado na próxima semana.
Façamos um pequeno retorno ao passado. Um anúncio publicado na revista carioca O Malho (²) em outubro de 1930, apontava para a modernização em algumas áreas - iluminação, transportes (esqueçam o óleo de fígado de bacalhau): 


Já este
cartoon, que apareceu em maio de 1924 na revista paulistana A Cigarra (³), fazia troça das muitas invenções que marcaram a terceira década do Século XX, e que, daí por diante, se tornaram mais e mais frequentes, ainda que a grande crise econômica de 1929 tenha, durante alguns anos, encolhido um pouco o mercado para novos produtos:

Dizia a legenda:
"- Acabo de inventar um novo sistema de fósforos...
- Bravo! E como são?
- Iguais aos outros, só que têm a cabeça no outro lado..."
À parte o aspecto cômico, parece que há nisso alguma coisa que lembra certas inovações eletrônicas de nosso tempo, não é?

(1) Assim espero. 
(2) O MALHO, Ano XXIX, nº 1466, 18 de outubro de 1930. A imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog.
(3) A CIGARRA, Ano XII, nº 231, p. 43, 1º de maio de 1924. A imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog.


Veja também:

2 comentários:

  1. Verdade, nunca o salto da tecnologia, da ciência foi tão grande. E nem precisa ir tão longe, nos início dos anos 80 a gente usava o fax... Hoje, poucos sabem o que é isso... E se pensarmos bem, usamos nossos celulares hoje para quase tudo e, talvez, ligar para alguém seja uma das funções menos usadas... Abraços

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    1. Olá, Anita, boa noite! Acho que a preferência pelos aplicativos de mensagens em lugar do telefone vem da ideia de que mensagem a gente lê quando quer (ou quando pode), coisa que já não acontece quando o smartphone toca devido a uma chamada telefônica. Mas pode ter certeza: novas tecnologias virão, fazendo essas de hoje parecerem "das antigas".

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