O problema, desde a Antiguidade, tem inquietado comandantes militares e estrategistas das mais variadas civilizações: como proceder para uma retirada segura, sempre que se verifica que o inimigo tem forças muito superiores? Sim, porque, afinal, retirada não é derrota, e pode ser um recurso eficiente para preservar as tropas, adiando o confronto até uma ocasião mais favorável.
Indígena brasileiro com armas (²) |
"Em suas guerras contam alguns destes um modo gracioso de que usavam os menos poderosos, quando queriam evitar o encontro; que como ordinariamente vivem em ilhas ou ribeiras do rio, e usam de canoas mui leves, no tempo em que hão de ser acometidos, passam à outra parte do rio, e logo tomando as canoas às costas, as vão esconder em algum dos muitos lagos que há entre as matas, e fogem, deixando os contrários frustrados; e idos eles, tornam a restituir-se às suas terras com as mesmas canoas." (¹)
Fica apenas uma dúvida: o que acontecia ao vinho de caju que as tribos contendoras deviam ter preparado para comemorar a vitória?
(1) VASCONCELOS, Pe. Simão de S. J. Notícias Curiosas e Necessárias das Cousas do Brasil. Lisboa: Oficina de Ioam da Costa, 1668, p. 37.
(2) PISO/PIES, Willen et MARKGRAF, Georg. Historia naturalis Brasiliae. Amsterdam: Ioannes de Laet, 1648, p. 270. A imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog.
Veja também:
Com certeza uma retirada podia ser vista como motivo de celebração...
ResponderExcluirAbraço
Ruthia d'O Berço do Mundo
P.S. Por aqui cumpriu-se a tradição das castanhas e do Verão de S. Martinho
Com muita probabilidade.
ExcluirA propósito do P. S.: Haverá post a respeito n'O Berço do Mundo?