A moda só é moda porque é passageira - coisas que todo mundo usa em uma certa época tornam-se ridículas posteriormente. Ou, mesmo que não venham a ser pretexto para riso, são, pelo menos, totalmente dispensáveis, a não ser para quem gosta de vestir-se à antiga ou, talvez, em alguma festa em que se requer o uso de fantasia.
Temos aqui três itens que hoje poderiam bem ser classificados como acessórios dispensados e/ou dispensáveis, mas que no passado já foram parte obrigatória do traje de gente refinada. Vejamos:
a) Suspensórios
O próprio corte das calças já pressupunha o uso de suspensórios. Eles eram, portanto, imprescindíveis no vestuário masculino, e não simplesmente um adorno. Quando as calças mudaram, os suspensórios caíram em desuso.
Propaganda de suspensórios, datada de 1929 (¹) |
b) Alfinetes para colarinho
Já neste caso, nem todo mundo usava (até porque, antigamente, havia colarinhos postiços, que eram apenas "encaixados" nas camisas). Alfinetes eram, pois, assim como as abotoaduras, um acessório para ocasiões especiais ou para aqueles que, por razões profissionais, estavam obrigados a usar diariamente um vestuário mais requintado.
Alfinetes para colarinho, de acordo com propaganda de 1930 (²) |
c) Luvas femininas
Não estamos a falar de luvas de inverno, mas sim de peças muito delicadas, um verdadeiro luxo, feitas para as madames que não saíam de casa sem elas (assim como eram, pela mesma época, considerados indispensáveis os chapéus).
Cumpre assinalar que muitos homens também usavam luvas, o que acontecia mesmo sob o sol do verão. Terrível, é certo, mas era o resultado óbvio da mania de copiar a moda vigente em terras distantes.
Luvas finas para mulheres, propaganda de 1923 (³) |
Para quem achar interessante o costume das luvas, devo recordar que a etiqueta recomendava enfaticamente que, ao estender a mão para cumprimentar alguém, era necessário, antes, tirar a luva. Não se esqueçam, portanto, senhores leitores!
(1) A CIGARRA, Ano XVI, nº 362, 1ª quinzena de dezembro de 1929.
(2) A CIGARRA, Ano XVII, nº 373, 2ª quinzena de maio de 1930.
(3) A CIGARRA, Ano XI, nº 222, 15 de dezembro de 1923.
Veja também:
Acho piada aos suspensórios, sobretudo nas crianças. Mas que não são muito práticos, lá isso é verdade.
ResponderExcluirAbraço
Ruthia d'O Berço do Mundo
Soube de um casamento, ocorrido há poucas semanas por aqui, no qual todos os homens presentes deviam usar suspensórios. Talvez quisessem recriar um estilo antigo, mas sempre fica com jeito de festa à fantasia rsrsrssss...
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