quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Tijolos de adobe

O tempo necessário para o estabelecimento de uma nova povoação por colonizadores no Brasil podia variar bastante, mas é certo que entre as primeiras ocupações constavam a derrubada de matas, a construção de algum tipo de abrigo e o início de práticas agrícolas, com o propósito de assegurar a sobrevivência naqueles tempos difíceis. 
Casas deviam ser construídas com o que se achava à mão, de modo que madeira, pedras, folhas de palmeira e argila eram recursos comumente empregados. Não estando disponíveis os tijolos cozidos em fornos, fazia-se uso, em alguns lugares, dos tijolos de adobe. 
O padre Ayres de Casal, referindo-se a certa povoação dos tempos coloniais, escreveu:
"Todas as casas são de taipa ou de adobe, alveadas com tabatinga ou cal de pedra." (¹) 
E, em uma nota explicativa, acrescentou:
"Adobe é um tijolo mui grande, cozido ao sol." (²)
Para dar consistência à argila de que se faziam os tijolos de adobe era comum que a ela fossem adicionados outros materiais, como folhas secas ou palha de milho. O resultado era um material de resistência até surpreendente. 
Já as dimensões dos tijolos de adobe eram muito variadas, e o "mui grande" a que se refere Ayres de Casal dependia da qualidade de massa que era possível obter para o preparo e do tamanho das formas bastante rústicas então empregadas, não desconsiderando, por certo, a habilidade dos humanos envolvidos no trabalho.

Muro do Século XVIII em pedra e adobe, parcialmente reconstruído (Pirenópolis - GO)

(1) CASAL, Manuel Ayres de. Corografia Brasílica  vol. 1. Rio de Janeiro: Impressão Régia, 1817, p. 300.
(1) Ibid.


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